CARDEAL SEPE PEDE À IGREJA DE CABINDA QUE ACEITE O BISPO NOMEADO
Cidade do Vaticano, 27 abr (RV) - A Santa Sé fez um apelo em favor da união
dos católicos de Cabinda, enclave no norte de Angola, onde há mais de um ano a Igreja
Católica tenta empossar o novo Bispo, nomeado para a Diocese.
Em carta enviada
a Pe. Milan Zednichek, Administrador da Diocese, a Santa Sé pede aos "sacerdotes,
religiosos e leigos" da Diocese de Cabinda, que se unam, a fim de ter um líder católico.
A
carta, divulgada hoje em Luanda, pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e
Príncipe, é assinado pelo Cardeal Crescenzio Sepe, Prefeito da Congregação para a
Evangelização dos Povos.
Em 11 de fevereiro de 2005, João Paulo II nomeou o
então Bispo Auxiliar de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, como sucessor do Bispo de
Cabinda, Dom Paulino Madeca, que renunciou por motivo de idade. No entanto, a comunidade
católica local rejeita a nomeação de um Bispo que não seja natural da região.
Houve
vários incidentes com representantes da Igreja Católica que se deslocaram a Cabinda
para tentar resolver o impasse até que, no final de julho, Dom Eugênio del Corso,
então Administrador da Diocese, foi agredido, na sacristia da Igreja paroquial da
Imaculada Conceição. Por isso, a igreja foi fechada e alguns padres locais foram suspensos.
Em
resposta à punição, os padres suspenderam a celebração de missas em Cabinda até o
início de dezembro, quando um acordo permitiu reabrir as igrejas do enclave, por ocasião
do Natal. Apesar desse acordo, as divergências quanto ao novo Bispo se mantêm.
Segundo
o Cardeal Crescenzio Sepe, a decisão de João Paulo II, de nomear Dom Filomeno Vieira
Dias representou "um ato de grande caridade e solicitude pastoral para com a Diocese".
(MZ)