CARDEAL MARTINI: EM CERTOS CASOS, PRESERVATIVO É MAL MENOR
Jerusalém, 21 abr (RV) – O Cardeal-arcebispo emérito de Milão, norte da Itália,
que vive hoje retirado em Jerusalém, Carlo Maria Martini, defendeu, num artigo publicado
nesta sexta-feira, pelo semanário italiano, "L'Espresso", o uso de preservativos por
casais casados, como forma de prevenção do contágio pelo vírus da AIDS.
O Cardeal
Martini afirma textualmente que o marido, quando contagiado pelo vírus HIV, tem a
obrigação de proteger a parceira que, por sua vez, tem o direito de poder-se proteger.
Em poucas palavras, "a castidade é a melhor solução, mas em último caso, o uso do
profilático pode ser o "mal menor".
Dois meses atrás, o Cardeal-arcebispo
de Malines-Bruxelas, Béligica, Godfried Danneels, explicava que "quando permite a
proteção da vida, o preservativo não tem relevo apenas sexual". "Ao manter relações
sexuais com um homem com AIDS _ disse ele _ a mulher deve poder impor o uso do preservativo.
Caso contrário, se comete também o pecado de homicídio."
Mas os Cardeais Danneels
e Martini não são os únicos a defender essa tese. Nessa linha, está também o Cardeal
suíço George Cottier, teólogo da Casa Pontifícia durante o pontificado de João Paulo
II, que também define o uso do preservativo em determinadas circunstâncias como um
"mal menor". "Em circunstâncias especiais _ disse _ pode ser considerado legítimo
usar o preservativo, para impedir o contágio, em áreas nas quais há muita droga ou
promiscuidade associada à grande miséria, como em tantas regiões asiáticas ou africanas."
Para a Igreja católica, a castidade é a melhor maneira de combater a AIDS
que, no último ano, foi responsável por 3 milhões de mortes em todo o mundo, em sua
maioria na África Subsaariana. (CM)