Em Angola a cólera já causou mais de 800 mortos: esta terça feira, o Parlamento debate
a epidemia
O primeiro-ministro angolano, Fernando Dias dos Santos, foi esta terça feira ao parlamento
para esclarecer os deputados sobre as medidas que estão a ser tomadas para combater
a epidemia de cólera, que já causou mais de 800 mortos.
A sessão de perguntas
ao Governo é uma iniciativa da bancada parlamentar da UNITA, a maior da oposição angolana,
tendo como objectivo permitir o esclarecimento dos deputados sobre as acções que o
executivo está a implementar para combater a doença.
A epidemia de cólera,
que começou em meados de Fevereiro na cidade de Luanda, já alastrou a sete das 18
províncias angolanas, tendo provocado 809 mortos, num total de 16.450 casos registados
até ao final da semana passada. Os últimos dados oficiais da Organização Mundial de
Saúde indicam que a província de Luanda continua a ser a mais afectada, com um total
de 7.922 casos e 138 mortos, seguindo-se a província de Benguela, na costa atlântica
de Angola, com 4.652 casos referenciados pelas autoridades sanitárias, de que resultaram
366 mortos. Na província do Bengo já foram registados 1.527 casos, com 61 mortos,
enquanto no Cuanza Norte as autoridades detectaram 1.693 casos, com 135 vítimas mortais.
A epidemia já atingiu também a província de Malange, onde foram registados
645 casos, com 106 mortos, tendo sido também registados dez casos na província do
Huambo, no planalto central angolano, com três vítimas mortais.
A província
do Namibe, no sul do país, foi a última a ser atingida pela epidemia, registando apenas
um caso de cólera.
O Governo angolano e a OMS tinham declarado a 19 de Fevereiro
uma epidemia de cólera em Luanda, onde o primeiro caso foi registado a 13 de Fevereiro.
No início da epidemia, a quase totalidade dos casos ocorreu na zona da Boavista, uma
área do município das Ingombotas situada nas imediações do Porto de Luanda.