2006-04-20 14:30:52

Igreja denuncia aumento dos conflitos agrários no Brasil


A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo ligado à Conferência Episcopal do Brasil, denunciou o crescimento dos conflitos agrários no país, acusando o presidente Lula da Silva de não ser capaz de fazer face ao problema.

“Em 2005, os dados registrados pela CPT mostram um crescimento assustador de 106% das mortes em consequência dos conflitos. No ano passado 64 pessoas morreram. Em 2004, 31 mortes aconteceram”, refere o relatório, agora publicado.

Entre essas mortes conta-se a da Ir. Dorothy Stang, assassinada a mando de grandes fazendeiros do Estado do Pará, na Amazónia.

Para a CPT, existe no Brasil uma “falta de políticas nas áreas agrária, ambiental e laboral”, que faz aumentar o número de mortes. “A injusta concentração fundiária, a não demarcação das terras indígenas e a não realização da reforma agrária fazem crescer o número de vítimas inocentes, sobretudo crianças indígenas, que morreram por desnutrição ou por falta de atendimento básico adequado”, assinala o documento.

Em 2005, o número de conflitos registado foi o maior entre os 21 anos da publicação “Conflitos no Campo Brasil”. Aconteceram 1.881 conflitos no ano passado, enquanto em 2004 foram 1801, o que mostra um crescimento de 4,4%.

Houve ainda um aumento significativo de famílias expulsas da terra em 2005: 42.5% a mais do em 2004. No ano passado foram expulsas 4.366 famílias. Em 2004 foram 3.063.








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