NO EGITO CONTINUAM CONFRONTOS ENTRE CRISTÃOS E MUÇULMANOS
Alexandria, 17 abr (RV) - Grupos de muçulmanos e cristãos confrontaram-se,
neste domingo de Páscoa, no terceiro dia consecutivo de conflitos, na cidade de Alexandria,
no Egito.
Os últimos choques teriam ocorrido perto de uma das três igrejas
onde ocorreram os ataques com facas, na sexta-feira, segundo informações. Pelo menos
uma pessoa morreu nesses confrontos, desde os ataques.
Autoridades egípcias
acusam os extremistas pelos confrontos, mas os cristãos coptas afirmam que o governo
do país não está tomando as medidas necessárias para protegê-los. A violência de domingo
começou logo depois de uma cerimônia religiosa, segundo informações da agência de
notícias Associated Press.
Cerca de dois mil policiais da tropa de choque isolaram
a área em frente à Igreja dos Santos, depois que 200 homens saíram da igreja carregando
cruzes, bastões e facões, segundo a agência.
Médicos locais afirmam que um
muçulmano ferido nos confrontos de sábado teria morrido no hospital.
Os confrontos
de sábado ocorreram após o funeral do copta Nusha Atta Girgis, de 78 anos, assassinado
a facadas na sexta-feira, quando rezava, numa igreja local. A polícia tentou dispersar
os dois grupos com bombas de gás lacrimogêneo. As duas facções lançaram pedras uma
contra a outra e agrediram-se com pedaços de pau. Ao todo, 15 pessoas foram presas
e 22 ficaram feridas.
Além do incidente que resultou na morte de Atta Girgis,
houve ainda outros dois ataques na sexta-feira, que deixaram coptas feridos.
O
enterro de Atta Girgis contou com a presença de três mil pessoas. Após o enterro,
houve uma procissão que rapidamente se converteu numa manifestação política de protesto,
com manifestantes gritando slogans contra o governo.
De acordo com o Ministério
do Interior egípcio, durante os confrontos entre muçulmanos e cristãos, 15 pessoas
ficaram feridas e quatro carros foram queimados. O Ministério afirmou que entre os
que foram presos havia "alguns elementos fanáticos", tanto coptas quanto muçulmanos.
Os
cristãos representam 10% da população egípcia e alegam ser vítimas de perseguição
e discriminação. A maior parte dos cristãos do Egito é copta _ um dos mais antigos
ritos do Cristianismo. (MZ)