2006-04-15 12:06:52

A Cruz não admite indiferença:diante da Via Crucis de Cristo e das suas ultimas horas antes de ser crucificado não existe a possibilidade de sermos neutros, nem de haver neutralidade, afirmou Bento XVI no final da Via Sacra presidida no Coliseu de Roma na noite desta Sexta Feira Santa


Bento XVI, na sua primeira Via Sacra no Coliseu de Roma, durante duas estações, a primeira e a ultima levou a cruz de madeira que foi de João Paulo II. Na escuridão da noite o anfiteatro Flávio foi iluminado por milhares e milhares de velas. O rito sugestivo que a Sexta Feira Santa percorre os acontecimentos que precederam a morte de Cristo e o sue percurso até ao Calvário estiveram no centro de uma amarga reflexão sobres os males do mundo, sobre a família ameaçada por leis anti cristãs, sobre uma humanidade que parece ter perdido o sentido do pecado. No final da celebração, o Papa improvisou um breve discurso para recordar os tantos sofrimentos das crianças abandonadas e abusadas, e as tantas divisões do mundo causadas pela soberba e pela cobiça.
Bento XVI quis salientar antes de mais que diante da Via Crucis de Cristo e das suas ultimas horas antes de ser crucificado não existe a possibilidade de sermos neutros, nem de haver neutralidade. Trata-se portanto de encontrar o caminho da bondade, do amor, da verdade seguindo o exemplo de Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, Maximiliano Kolbe e Madre Teresa de Calcutá. O Papa recordou o sacrifício dos mártires que precisamente no Coliseu sofreram por Cristo, deram a vida pelo Senhor
.” A Via Crucis não é algo do passado e de um determinado ponto da terra, mas a Cruz do Senhor abraça o mundo; a sua via crucis atravessa os continentes, e os cristãos não podem ser apenas espectadores visto que estão envolvidos, embora devam procurar o próprio lugar, sem conformismo.”
No espelho da Cruz o Papa viu tantos sofrimentos da humanidade de hoje. Das crianças abandonadas e abusadas, ás ameaças contra a família, a divisão do mundo na soberba, e o fosso entre quem é rico e quem morre de fome
Contudo – acrescentou o Papa - nas 14 estações que percorrem o caminho de Cristo até ao Golgota existem também tantas estações de consolação. A bondade da mãe, a mulher corajosa que está diante do Senhor sofredor e não tem medo de mostrar solidariedade, o Cireneu que, com Jesus, carrega a Cruz.
“E assim compreendemos que a Via Crucis não é simplesmente uma colecção de coisas escuras e tristes do mundo, e não é tão pouco um moralismo no fim de contas ineficiente ou um grito de protesta que não muda nada; mas é o caminho da misericórdia que põe limites ao mal como ensinou também João Paulo II durante o seu pontificado. Cada um de nós é convidado a percorrer o caminho da salvação”.
Sessenta e duas televisões de 42 países estiveram em ligação com Roma para transmitir este acontecimento. E assim, a televisão mostrou-se um instrumento capaz de unir numa espécie de comunhão espiritual milhões de católicos de varias culturas e continentes .
Ao longo das 14 estações da Via Sacra a cruz de madeira passou de mãos em mãos, confiada pelo Papa a um alternar-se de “cireneus” provenientes de vários continentes: o cardeal Camilo Ruini, vigário do Papa para a diocese de Roma,, uma família romana, uma religiosa americana, uma rapariga mexicana, dois frades franciscanos da Terra Santa, uma mulher coreana, uma religiosa, uma jovem angolana e outra proveniente da Nigéria







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