O MINISTÉRIO DO SACERDOTE DEPENDE DA SUA AMIZADE ESPIRITUAL COM CRISTO: BENTO XVI
NA MISSA DO CRISMA
Cidade di Vaticano, 13 abr (RV) - Bento XVI presidiu, esta manhã, na Basílica
vaticana, à celebração da missa do Crisma _ liturgia que precedeu o início dos ritos
do tríduo pascal.
Concelebraram com o Pontífice, os cardeais, bispos e o clero
presentes em Roma, aos quais Bento XVI falou do significado do sacerdócio. Entre os
primeiros compromissos da vocação, afirmou o Papa, está o de ser um homem de profunda
oração.
"Não vos chamo servos, mas amigos." Poderia ser essa a frase de Jesus
na qual reconhecer a instituição do sacerdócio. Bento XVI se dirigiu desse modo a
seus colaboradores, aos prelados presentes na basílica, lotada de fiéis desde as primeiras
horas desta quinta-feira santa, a todos os sacerdotes com os quais, em tempos e circunstâncias
diversas, responderam com um "sim" ao "segue-me" de Cristo.
Amigos aos quais,
afirmou o Papa, Cristo impôs suas mãos e, depois, como que as emprestou, ungindo-as
com o óleo "sinal do Espírito Santo e da sua força".
"O Senhor impôs sobre
nós as mãos" e agora pede que nos tornemos um prolongamento delas, para transmitir
o seu toque divino, colocando-se a serviço de seu amor _ disse o Papa, dirigindo-se
aos sacerdotes.
Os óleos sagrados _ o óleo do Crisma, o óleo dos catecúmenos
e o óleo dos enfermos _ vieram, este ano, da Espanha. Já o perfume para o Crisma foi
confeccionado na Sardenha, a grande ilha do Mediterrâneo central.
A unção do
sacerdote, como acontecia no passado, para os reis _ afirmou Bento XVI _ "é sinal
da assunção para o serviço", no qual o escolhido "se coloca a disposição de alguém
maior do que ele".
"Não vos chamo servos, mas amigos. É esse o significado
profundo do ser sacerdote: tornar-se amigo de Cristo. Devemos nos empenhar por essa
amizade dia após dia. Amizade significa comunhão no pensar e no querer. (…) e essa
comunhão de pensamento não é uma coisa somente intelectual, mas é comunhão de sentimentos
e do querer e, portanto, também do agir."
O Pontífice concluiu sua homilia,
reiterando que "o mundo precisa de Deus, não de um deus qualquer, mas do Deus de Jesus
Cristo", pelo qual todo sacerdote deve viver. Assim fez um homem de Deus que por essa
sua missão perdeu recentemente a vida. (RL)