Aumenta a repressão em Cabinda, continua a haver execuções sumárias, tortura e violações:
são conclusões de um relatório sobre direitos humanos, elaborado por uma associação
cívica do enclave angolano. A associação traça um retrato dramático chegando mesmo
a falar em genocídio. As denuncias dizem respeito ao ano de 2005. A associação cívica
“Mbalapanda” registou 177 casos de prisões arbitrárias e tortura, oito casos de violações,
casamentos forçados e abusos sexuais. Há, pelo menos, dez casos de homicídios e execuções
sumárias, algumas a sangue frio, como é o caso de um bebé de três meses. Dados
relatados ao nosso correspondente Domingos Pinto pelo Padre Carlos Gime, reitor do
seminário de Cabinda
O Administrador
Apostólico de Cabinda, D. Eugénio dal Corso, defendeu recentemente que o papel da
sociedade civil não consiste somente no “elogio dos ditos e feitos, mas na critica
daquilo que está mal para que seja melhorado”.
Quanto ao processo de democratização
em Angola, D. Dal Corso reconheceu que “durante os quatro anos de paz, foram dados
passos significativos neste sentido”, advertindo, todavia, que a verdadeira democracia
está muito longe.