PE. MUCCI DIZ QUE MUNDO LAICO GOSTARIA DE VER A IGREJA SEM NENHUMA INFLUÊNCIA SOCIAL
Roma, 10 abr (RV) - "Aparentemente o mundo laico não nega o direito da Igreja,
de expor seu pensamento sobre todos os temas socialmente relevantes. Em último caso,
contesta que a Igreja ultrapasse questões de princípio e indique as possíveis soluções
práticas dos problemas. Além dessa posição teórica, porém, há um temor muito concreto.
O mundo laico pode tolerar uma Igreja que fale e combata, contanto que seja socialmente
perdedora, que sua influência sobre a cultura seja escassa, e superficial a sua aceitação
na opinião pública."
É o que escreve Pe. Giandomenico Mucci, jesuíta, na revista
"La Civiltà Cattolica", no artigo "Laicidade, Igreja e católicos".
"O mundo
laico _ afirma Pe. Mucci _ não consegue tolerar uma Igreja que se demonstre capaz
de afrontar temas e problemas de alta relevância social, de elaborar, num tempo de
incerteza generalizada e de crise das antigas evidências éticas, doutrinas e propostas
de comportamento que despertem interesse, escuta e aprovação inclusive fora do catolicismo
organizado."
"Uma Igreja que se opõe, mas perde, é aceitável, mas é diferente
a atitude frente a uma Igreja que se opõe e vence" _ observa o jesuíta.
"O
mundo laico _ acrescenta _ não consegue perdoar uma Igreja que não se dobre à modernidade
avançada, que leve ao enfraquecimento dos grandes sistemas de pensamento e das tradições
religiosas, ao enfraquecimento do conceito de verdade, por causa do relativismo ético
ou do vazio ético, à secularização das consciências."
A Igreja tem "consciência
de que vive numa sociedade secularizada, mas afirma constantemente, o alto valor de
sua visão do mundo, para evitar a perda de referências fundamentais" _ conclui o artigo
de Pe. Giandomenico Mucci. (MZ)