Cardeal Patriarca de Lisboa contra o relativismo etico
A última Catequese quaresmal de D. José Policarpo foi dedicada ao tema "A verdade
é a base indispensável do Amor", com o Patriarca de Lisboa a lançar um alerta contra
os perigos de uma visão subjectiva da realidade.
"Que verdade ilumina as consciências
no exercício da liberdade moral? Se por verdade se entender a busca da compreensão
da realidade pela inteligência racional, cai-se facilmente numa visão subjectiva da
verdade e numa autonomia individualista da consciência moral”, referiu.
“Por
exemplo, a verdade científica não se compadece com subjectivismos de interpretação
mas quando se trata de escolher caminhos de vida e discernir a objectividade do bem
e do mal, o risco dessa subjectividade é maior, até porque a realidade do homem é
complexa e não se capta facilmente apenas através da análise racional", prosseguiu.
D.
José Policarpo frisou que “os discípulos de Cristo não podem cair nesta tentação.
Se para eles a verdade lhes vem através da Palavra de Deus, é a verdade de Jesus Cristo,
caminho para a vida”.
Já na homilia da Missa do Domingo de Ramos, o Patriarca
de Lisboa tinha referido que “uma das fragilidades da nossa cultura contemporânea
é o conceito de felicidade fácil que gerou, contentando-se com alegrias momentâneas
e efémeras, que nem sequer são, tantas vezes, a semente da verdadeira e definitiva
felicidade. Esquecemo-nos que a felicidade é um caminho longo, que supõe a purificação,
a coragem de abraçar as exigências e o sofrimento”.
“Nas relações de amor,
na fidelidade à vocação escolhida, na prossecução de um ideal, desiste-se perante
as dificuldades encontradas”, lamentou.