2006-04-09 17:28:26

A Cruz de Cristo é de certo modo o novo e verdadeiro arco-íris de Deus, que liga o céu e a terra: Bento XVI na Missa de Ramos, com milhares de jovens, na Praça de São Pedro


Especial solenidade assumiu, em Roma, o início da Semana Santa de 2006, com a celebração de Ramos presidida por Bento XVI. O Papa centrou a sua homilia sobre a figura de Jesus entrando em Jerusalém montado num jumentinho, cumprindo assim a profecia do Profeta Zacarias, com as três características por este anunciadas : pobreza, paz e universalidade.,
Antes de mais, a pobreza. O Profeta anunciava que o messias seria “um rei dos pobres, um pobre entre os pobres e para os pobres”. Esta “pobreza – observou – entende-se no sentido dos anawim de Israel, daquelas almas crentes e humildes que encontramos à volta de Jesus – na perspectiva da primeira bem-aventurança do Sermão da Montanha”. Ora, advertiu Bento XVI, “uma pessoa pode ser materialmente pobre, mas ter o coração cheio de avidez da riqueza e do poder que deriva da riqueza. Precisamente o facto de viver na inveja e na cupidez, demonstra que uma pessoa pertence, no coração, ao número dos ricos… No sentido de Jesus – no sentido dos profetas – a pobreza pressupõe sobretudo a liberdade interior....pressuposto para superar a corrupção e a avidez que devastam o mundo. Tal liberdade só se pode encontrar se Deus se tornar a nossa riqueza; só se pode encontrar na paciência das renúncias quotidianas… “
Mas o Profeta (Zacarias) mostra também que o Messias será um rei de paz, que fará desaparecer os carros de guerra e os cavalos de batalha, que despedaçará os arcos e anunciará a paz. “Na figura de Jesus isto concretiza-se mediante o sinal da Cruz. Esta é o arco quebrado, de um certo modo é o verdadeiro arco-íris de Deus, que une o céu e a terra e lança uma ponte sobre os abismos que separam os continentes. A nova arma, que Jesus nos coloca nas mãos, é a cruz – sinal de reconciliação, sinal do amor mais forte do que a morte."
Finalmente - terceira afirmação do Profeta, o preanúncio da universalidade: “O espaço do rei messiânico – recordou o Papa - já não é um determinado país que se separaria dos outros, tomando inevitavelmente posição contra outros países. O seu país é a terra, o mundo inteiro. Superando toda e qualquer delimitação, Ele cria unidade, na multiplicidade das culturas… Por toda a parte, Ele é o mesmo, o Único, e assim todos os fiéis congregados, na comunhão com Ele, estão também unidos entre si num único corpo. Cristo domina fazendo-se Ele próprio nosso pão e dando-se a nós. É assim que Ele constrói o seu Reino.
“As três características anunciadas pelo Profeta – pobreza, paz, universalidade – resumem-se no sinal da Cruz. É por isso que, justamente, a Cruz se tornou o centro das Jornadas Mundiais da Juventude…”.
“De Colónia a Sidney – um caminho através dos continentes e das culturas, um caminho que atravessa um mundo dilacerado e atormentado pela violência! Simbolicamente, é como o caminho de um mar a outro mar, do rio até aos confins da terra. É o caminho d’Aquele que, no sinal da Cruz, nos dá a paz e nos torna portadores da sua paz. Agradeço os jovens que agora levarão pelas estradas do mundo esta Cruz, na qual como que podemos tocar o mistério de Jesus. Rezemos-Lhe para que, ao mesmo tempo, Ele nos toque e abra os nossos corações, para que seguindo a sua Cruz nos tornemos mensageiros do seu amor e da sua paz.


No final da Eucaristia, por volta do meio-dia, o Papa dirigiu saudações, em diversas línguas, aos vários grupos de peregrinos presentes. Estas as palavras pronunciadas em português:
“Saúdo com grande afecto os jovens de língua portuguesa aqui presentes. Convido a todos a aclamar a Cristo, luz e vida dos homens, e a escutar com viva admiração suas palavras de paz e de reconciliação: ‘Tende confiança, eu venci o mundo’. Até Sidney, se Deus quiser!”










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