O encontro do Papa com os jovens de Roma, em preparação do Dia Mundial da Juventude;
Bento XVI fala do matrimonio como garantia de progresso, do desafio do secularismo,e
convida a meditar sobre a Sagrada Escritura. No final,com uma delegação de jovens
rezou junto do tumulo de João Paulo II.
O valor do matrimónio que nasce desde as origens do homem e permanece garantia de
progresso, o desafio do secularismo que dilacera a sociedade, a recordação da própria
vocação impulsionada pelo contraste da desumanidade do nazismo: são os temas tocados
por Bento XVI durante o encontro da tarde desta quinta feira na Praça de São Pedro
com os jovens de Roma e da região do Lácio, em preparação do Dia Mundial da Juventude
que se celebra no Domingo de Ramos. Um encontro caracterizado pela recordação de João
Paulo II, com a oração final junto do seu tumulo, e pelo comovente abraço do Papa
com a mãe e as irmãs do Padre André Santoro, o sacerdote italiano assassinado em Fevereiro
passado na Turquia. Á sua chegada á Praça de S. Pedro Bento XVI foi saudado pelo
card. Camilo Ruini, seu Vigário para a diocese de Roma, o qual salientou que os jovens
esperam do Papa luz e força para o caminho da sua vida. Particularmente tocante
foi o testemunho de Madalena Santoro, irmãs do Padre André, o missionário assassinado
por um fanático islâmico na sua paroquia de Trebisonda na Turquia. O perdão daqueles
que o mataram- disse- e que brutou do coração da nossa mãe e do nosso, contribua para
a unidade das confissões cristãs e para o crescimento do diálogo entre as varias
religiões daquele Médio Oriente que o Padre André tanto amava. Depois, num clima de
grande comoção, o abraço de Bento XVI, a Madalena, á mãe Maria a á irmã Imelda. O
momento central do encontro de ontem á tarde foi a série de perguntas dos jovens e
de respostas do Papa. Bento XVI recordou que dos sete sacramentos, o matrimónio
é o primeiro a ser instituído por Deus no momento da criação do ser humano. Para além
da actual cultura consumista que parece permitir tudo mas que na realidade esvazia
o ser humano, todas as grandes civilizações da historia se orientaram para o desígnio
original da monogamia e da fidelidade entre o homem e a mulher, na qual pode nascer
a nova geração e existir também o progresso. Depois convidou os jovens a meditarem
a Sagrada Escritura. Falou da sua vocação sacerdotal, nascida quando o regime nazi
dizia que na nova Alemanha já não haveria padres nem vida consagrada. A brutalidade
deste sistema, o seu rosto desumano - pelo contrário disseram-me que aquele era o
caminho justo. Além disso, o grande desafio do nosso tempo para Bento XVI é o secularismo,
isto é uma maneira de viver, de apresentar o mundo, como se Deus não existisse – Com
esta visão - salientou depois – dilacera-se a sociedade: cada um segue o seu projecto,
e no fim todos estão uns contra os outros. Assim não podemos viver. Devemos tornar
presente Deus nas nossas sociedades. No final do encontro, levando em procissão
a Cruz do Dia Mundial da Juventude que no próximo domingo será entregue pelos jovens
de Colónia aos jovens australianos que preparam o encontro mundial de Sydney 2008
o Papa, com uma delegação de jovens, rapazes e raparigas desceu ás Grutas da Basílica
de São Pedro para se deter em oração junto do túmulo de João Paulo II. Nele queremos
recordar um nosso chefe – disse aos jovens congregados na Praça de S. Pedro – e considerando
o êxito do seu teor de vida, queremos empenhar-nos na imitação da sua fé. Peçamos
ao Senhor que recompense o Papa João Paulo II pela sua grande obra de difusão do Evangelho
no mundo.