O Papa Wojtyla viveu a sua vida como oferta total a Deus e à Igreja: recordou Bento
XVI na Missa de sufrágio, segunda à tarde, na Praça de São Pedro
Na Eucaristia de sufrágio por João Paulo II, o seu sucessor evocou o exemplo de vida
do Papa Wojtyla, a partir das leituras da celebração. Antes de mais, a passagem do
Livro da Sabedoria que refere a recompensa que Deus concede aos justos que permanecem
fiéis no meio das provações: “Deus provou-os e achou-os dignos de si; experimentou-os
como o ouro no cadinho e aceitou-os como um holocausto”, isto é, oferta total, consumada
pelo fogo. Assim também – observou Bento XVI – João Paulo II fez de toda a sua existência
um “dom a Deus e à Igreja, vivendo a dimensão sacrificial do seu sacerdócio, especialmente
na celebração da Eucaristia”. “Ele nunca escondeu o seu desejo de se tornar cada vez
mais uma só coisa com Cristo Sacerdote, mediante o sacrifício eucarístico”. “Na
base desta oferta total estava naturalmente a fé” – prosseguiu o Papa, passando à
segunda leitura, tirada da Primeira Carta de São Pedro, que alude precisamente à “prova
a que é submetida a vossa fé, muito mais precioso do que o ouro perecível, o qual
se prova pelo fogo”. Como alguém que teve ocasião de com ele conviver de perto, Bento
XVI testemunhou a solidez e pureza da fé do seu antecessor, uma fé convicta e firme,
“forte e autêntica, livre de medos e de compromissos”. Passando finalmente à passagem
do Evangelho segundo S. João que apresenta Jesus crucificado confiando Maria ao Apóstolo
e este a Maria, o Papa referiu a “experiência mística e espiritual” de “uma vida completamente
orientada para Cristo através de Maria”, em correspondência ao seu lema pontifício
“Totus tuus”. E Bento XVI concluiu convidando a olhar em frente, correspondendo
aos repetidos convites de João Paulo II de avançar sem medo no caminho da fidelidade
ao Evangelho.