2006-04-03 18:12:57

BENTO XVI: O HOMEM JAMAIS PODE SER SACRIFICADO À CIÊNCIA E À TÉCNICA


Cidade do Vaticano, 1º abr (RV) - O ser humano jamais pode ser sacrificado aos sucessos da ciência e da técnica: foi uma das reflexões de Bento XVI, no discurso aos participantes do Seminário sobre o tema "O patrimônio cultural e os valores das Universidades européias, como base para a atratividade do "Espaço Europeu de Instrução Superior", recebidos em audiência, esta manhã, na Sala Clementina, no Vaticano.

O encontro foi organizado pela Conferência dos Reitores das Pontifícias Universidades, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências, com a UNESCO-CEPES, e com o Conselho da Europa, sob o patrocínio da Comissão Européia.

Aderiram à iniciativa expoentes do mundo universitário provenientes de mais de 50 países, chefiados pelo Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski.

O homem é a obra-prima da Criação, recordou o Papa, ilustrando os pontos firmes da visão cristã, numa fase na qual é "fundamental" a questão antropológica.

O Papa disse ao mundo acadêmico que toda realidade cultural tem um passado e um futuro feito de projetos, para depois ressaltar que "se trata de esclarecer qual é a concepção do homem que está na base dos novos projetos".

Sem preâmbulos, o Papa afirmou: "E, justamente, vocês se perguntam a serviço de qual homem a Universidade pretende se colocar: de um indivíduo isolado na defesa apenas de seus interesses, de uma só perspectiva de interesses materiais, ou de uma pessoa aberta à solidariedade com os outros, na busca do verdadeiro sentido da existência? Que deve ser um sentido comum que transcende a pessoa singularmente."

A seguir, sublinhou qual seria "a relação entre a pessoa humana, a ciência e a técnica", denunciando os graves riscos: "o desenvolvimento tecnológico assumiu, graças à informática, uma parte também das nossas atividades mentais _ explicou o Pontífice _ com conseqüências que envolvem o nosso modo de pensar e podem condicionar a nossa própria liberdade".

"É necessário reiterar com força _ acrescentou _ que o ser humano jamais pode ser sacrificado aos sucessos da ciência e da técnica. Eis a questão antropológica diante da qual se deve fazer valer a riqueza do patrimônio das Universidades européias."

A Igreja _ esclareceu o Papa _ pretende dar sua contribuição à reflexão para a construção da Europa do terceiro milênio, à qual são chamadas as próprias Universidades, recordando a solicitude constante da Igreja, ao longo dos séculos, para com os centros de estudo. (RL)







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