2006-03-31 20:02:57

IGREJA ATENTA AO FUTURO POLÍTICO DE ISRAEL


Jerusalém, 30 mar (RV) - A Igreja Católica na Terra Santa está acompanhando com atenção, o desenvolvimento do cenário político em Israel, após a vitória do partido Kadima nas legislativas de terça-feira, que obteve 28 das 120 cadeiras no Knesset, o Parlamento.

Ehud Olmert já proclamou a vitória e se declarou pronto a concessões territoriais que permitam a existência, lado a lado e em paz, de dois Estados: um palestino e um israelense.

Para o Custódio franciscano da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa, os resultados _ que relegaram o Likud ao quinto lugar _ mostraram que os analistas subestimaram a situação interna de Israel, para dar mais peso ao conflito com os palestinos, em especial após a vitória do Hamas. O religioso acrescentou que será difícil formar uma coligação, considerando o clima de litígio entre os partidos.

No Knesset, estarão, pela primeira vez, três parlamentares católicos. Para o Bispo Auxiliar dos Latinos de Jerusalém, Dom Giacinto Boulos Marcuzzo, este resultado é fruto do caminho começado há anos, pelo Sínodo Diocesano, sob a guia do Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah, durante o qual foi dada grande importância ao compromisso político e de cidadania dos católicos na sociedade.

Pe. David Jaeger, especialista em questões políticas da Terra Santa, espera que o Kadima não prescinda do diálogo para obter paz, evitando estratégias unilaterais.

Pe. Pizzaballa, por sua vez, assevera que israelenses e palestinos podem manter-se firmes em suas posições sem, por isso, deixarem de se falar.

A Santa Sé, através da Congregação para as Igrejas Orientais, manifestou recentemente, sua preocupação pelo conflito naquela região. A Terra do Senhor, com efeito, continua sendo palco de um conflito que se prolonga há decênios e que priva as comunidades e as instituições católicas dos meios adequados para a manutenção e a promoção das atividades religiosas, humanitárias e culturais, afirma o organismo vaticano, na carta que enviou aos Bispos de todo o mundo, convidando as dioceses a ajudarem as comunidades cristãs da Terra Santa, que vivem num clima de conflito quase permanente. (MZ)







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