2006-03-30 13:41:24

Há "princípios não negociáveis", quando se trata de proteger e promover a vida: adverte o Papa, recebendo parlamentares europeus (PPE)


A “promoção da dignidade da pessoa humana”, nomeadamente a protecção da vida e da estrutura natural da família são “princípios não negociáveis”, que aliás não são verdades da fé pois estão inscritos na própria natureza humana: sublinhou com vigor Bento XVI, recebendo, nesta quinta-feira, quinhentos parlamentares do Partido Popular Europeu, que participam em Roma no seu XVII Congresso anual, desta vez sob o tema “O nosso objectivo, a Tua Europa”.
O Papa mencionou expressamente esses princípios fundamentais, que requerem um consenso geral: “- a protecção da vida em todas as suas fases, do primeiro momento da concepção até ao seu termo natural; - o reconhecimento e a protecção da estrutura natural da família (união entre um homem e uma mulher, tendo como base o matrimónio), defendendo-se das tentativas de tornar equivalentes formas radicalmente diferentes de união que na prática contribuem para desestabilizar a família, obscurecendo a sua insubstituível função social; - a protecção do direito dos pais a educar os filhos”.

Referindo algumas das “complexas questões” que a Europa enfrenta hoje-em-dia, Bento XVI falou, nomeadamente, do “crescimento e desenvolvimento da União Europeia” e do “debate sobre o seu modelo social”.
“Em ordem a obter estes objectivos, será importante inspirara-se, em fidelidade criativa, no património cristão que tem contribuído para forjar a identidade do Continente. Será considerando com apreço as suas raízes cristãs que a Europa se tornará capaz de imprimir uma orientação segura às opções dos seus cidadãos e populações, reforçando a sua consciência de pertencer a uma civilização comum e alimentando o compromisso de todos em enfrentar os desafios da hora presente a bem de um futuro melhor”.

Para tal, recorda o Papa, há que “contribuir para derrotar uma cultura que se vai difundindo na Europa, relegando para a esfera subjectiva e privada a manifestação das convicções religiosas de cada um. As políticas que assentam nestas bases não só levam a repudiar a função pública do Cristianismo, mas excluem também o empenho com a tradição religiosa da Europa, que é bem clara, não obstante a diversidade de denominações”. Tais posições, adverte Bento XVI, acabam por constituir uma “ameaça para a própria democracia, cujo vigor depende dos valores que promove”.
“Seria um sinal de imaturidade, se não de fraqueza, decidir opor-se ou ignorar (a tradição religiosa da Europa), em vez de optar por dialogar com ela. Neste contexto, há que reconhecer que certa intransigência secularista apresenta-se como inimiga da tolerância e de uma sã visão secular do Estado e da sociedade”.








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