2006-03-30 19:27:31

A COMUNHÃO ECLESIAL: DOM E REFLEXO DA COMUNHÃO TRINITÁRIA


Cidade do Vaticano, 29 mar (RV) - A comunhão do Pai com Cristo e com o Espírito Santo prepara os homens para a paz, porque reúne as nações e elimina a solidão do coração humano _ um mal que hoje ameaça todos.

Foi o que afirmou Bento XVI na Audiência Geral desta manhã, na Praça São Pedro, diante de uma multidão de cerca de 50 mil fiéis e peregrinos, provenientes dos mais distantes países do mundo.

A comunhão fraterna, que une entre si os membros da Igreja, tem um DNA divino, o DNA trinitário: nessa misteriosa relação de amor que torna o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma só pessoa, se encontra o modelo e a fonte da rede de unidade entre os homens interligados pela fé. Mas tal comunhão não é algo meramente espiritual; tem reflexos pessoais e sociais de grande importância, a partir do momento que faz os indivíduos saírem da solidão, soluciona os conflitos entre os povos e abre à paz.

Em sua catequese sobre o mistério da relação entre Cristo e a Igreja, Bento XVI explicou a natureza da relação sobrenatural que vive na Trindade da qual, há séculos, a Igreja é sinal terreno e histórico. Uma Igreja que viveu, vive e viverá _ reiterou o Papa _ daquela comunhão instaurada por Cristo e perpetuada pelos apóstolos.

Os Doze tiveram o cuidado de constituir sucessores, a fim de que a missão a eles confiada continuasse após a sua morte. Ao longo dos séculos, a Igreja, organicamente estruturada sob a guia dos legítimos pastores, continuou, desse modo, vivendo no mundo como mistério de comunhão, no qual se reflete de certo modo a própria comunhão trinitária.

Bento XVI afirmou ainda que essa particular comunhão espiritual é alimentada pela Eucaristia, tornando-se, assim, um dom para os homens, mulheres e inteiras populações.

Essa rede de unidade que abraça o mundo _ disse o Santo Padre _ é uma antecipação do mundo futuro neste nosso tempo. É um dom também com conseqüências muito reais: faz-nos sair de nossas solidões. É fácil compreender como é grande esse dom, se pensarmos nas fragmentações, nos conflitos que atingem as relações entre os grupos singularmente considerados e povos inteiros. É inevitável a fragmentação da humanidade se não existir o dom da unidade no Espírito Santo.

Nesse cenário se move e age a Igreja _ embora com os limites reconhecidos pelo Papa _ exemplo imprescindível dessa extraordinária ligação de amor e de unidade entre o céu e a terra.

A Igreja, desse modo, apesar de todas as fragilidades humanas que pertencem à figura histórica da Igreja, se revela todavia como uma maravilhosa criação de amor, feita para tornar Cristo próximo a todo homem e a toda mulher que queiram realmente encontrá-Lo, até o fim dos tempos. E na Igreja, o Senhor permanece sempre contemporâneo a nós. A Escritura não é uma coisa do passado. O Senhor não fala no passado, mas fala no presente. Hoje, conosco, nos dá luz, nos mostra a estrada da vida, nos dá comunhão e assim nos prepara e nos abre para a paz.

Ao término de sua catequese, o Santo Padre fez um breve resumo, em várias línguas, de sua reflexão, seguida de uma saudação. Eis o que disse aos fiéis e peregrinos de língua portuguesa: "Amados irmãos e irmãs, no decorrer dos séculos a Igreja, organicamente estruturada pela condução dos seus legítimos pastores, segue vivendo no mundo como mistério de comunhão. Tal comunhão, fortalecida pelo Pão eucarístico, se exprime nas relações fraternas, fazendo-nos participar do amor que nos une a Deus e aos nossos irmãos. Empenhemo-nos sempre mais a reforçá-la pelo amor de Cristo que nos uniu." RealAudioMP3

 
"Saúdo com particular afeto os peregrinos portugueses do Colégio Mira Rio, de Lisboa, e da Escola Roque Gameiro, de Amadora, bem como os brasileiros de diversas procedências. A todos convido a aproveitar esta passagem por Roma, para confirmar a própria fé ante o túmulo do apóstolo Pedro. Que Deus vos abençoe!" RealAudioMP3 (RL)







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