Beleza e diálogo entre religiões e cultura em debate no Vaticano
A “Via Pulchritudinis”, isto é, a beleza como caminho para a evangelização e o diálogo,
é o tema da assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC), que decorre
de 27 a 28 de Março no Vaticano.
Na abertura dos trabalhos, o Cardeal Paul
Poupard, presidente do CPC, considerou que o tema é “fascinante e complexo”, apresentando
o caminho da beleza como “uma via de acesso à redescoberta de Deus e à experiência
de Cristo”.
“A beleza favorece o encontro entre as diversas culturas e representantes
das diversas religiões, num tempo caracterizado pelo relativismo filosófico e moral,
bem como pela indiferença religiosa”, apontou.
Citando a encíclica “Ecclesiam
Suam”, de Paulo VI, o Cardeal Poupar lembrou que a Igreja deve estabelecer um diálogo
em três direcções: os irmãos cristãos separados, os fiéis de outras religiões e os
não crentes.
“Um discurso sobre a beleza permite manter o diálogo nestas três
dimensões, inseparáveis entre si”, frisou o presidente do CPC, que também assumiu
recentemente a presidência do Conselho Pontifício para o diálogo Inter-Religioso.
Considerando
que “o caminho da beleza” é acessível para todos, o Cardeal francês frisou que o mesmo
não pode ser separado dos caminhos “da verdade e da bondade”.
Os membros e
consultores do Dicastério da Cúria Romana, entre os quais se contam Cardeais, Bispos,
padre e leigos dos cinco continentes, discutem o tema central do encontro em volta
de três questões: a beleza da natureza, a beleza da arte e a beleza da santidade cristã.
Este
debate surge, segundo o CPC, “num período de pouca atenção às verdades fortes, que
coloca em dúvida a existência de um bem universal, a beleza pode aparecer como lugar
de encontro entre pessoas de culturas diferentes, uma primeira etapa para a descoberta
da verdade e do bem”.
Para o Cardeal Paul Poupard, esta assembleia pretende
oferecer “uma reflexão sobre os fundamentos teológicos de uma pastoral da beleza para
uma pastoral da cultura adequada aos desafios dos nossos tempos”.