2006-03-23 18:05:18

Bispos da UE debatem futuro da Europa


Representantes dos episcopados católicos da União Europeia estão reunidos desde ontem, em Bruxelas, para analisar o reforço do diálogo inter-cultural e entre religiões na Europa.

A assembleia plenária dos Bispo da COMECE, comissão dos episcopados da União Europeia, pretende oferecer uma “resposta ao lamentável mal-entendido entre a Europa e o mundo muçulmano após a publicação das caricaturas do profeta Maomé”, refere um comunicado do organismo católico.

A assembleia decorre de 22 a 24 de Março, em Bruxelas, contando com a contribuição de especialistas europeus em assuntos do Médio Oriente e em política externa da UE. Joachim Fritz-Vannahme, jornalista do quotidiano alemão “Die Zeit”, irá apresentar aos prelados a pesrpectiva dos media sobre a publicação das caricaturas.

A COMECE irá analisar as consequências socio-políticas desta polémica, tendo em vista a adopção de um plano de acção que reforce o diálogo inter-cultural e inter-religioso na Europa. Esse plano será apresentado à presidência austríaca da UE.

Os Bispos irão ainda aprovar uma declaração, a ser publicada no próximo mês de Maio, como forma de contribuir para “o período de reflexão sobre o futuro da União Europeia”.

Europa e Religião

O plenário coincide com o final de mandato de D. Josef Homeyer, que durante 13 anos esteve na presidência da COMECE. Para assinalar este percurso, foi organizada uma conferência intitulada “A Religião e a Política na Europa”.

O Arcebispo Michael Fitzgerald, antigo presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e Núncio Apostólico no Egipto, disse neste encontro que “a Europa é chamada a enfrentar sempre novos cenários”; pelo que aprofundar as questões ligadas às suas raízes”.

Sobre a pergunta se as religiões constituem uma ameaça nesta fase da história da Europa, D. Fitzgerald destacou que “o papel dos crentes é essencial, bem como o da liberdade religiosa, que deve ser uma salvaguarda para todos”.

Tadeusz Mazowiecki, antigo primeiro-ministro da Polónia, defendeu, por outro lado, que a Europa “é um conceito bem mais vasto do que um conceito geográfico, é uma história, uma civilização”.

Falando sobre o significado das Igrejas para uma identidade europeia, Mazowiecki pediu que se reconsiderasse o preâmbulo do Tratado Constitucional Europeu, “citando as raízes cristãs do continente juntamente com as outras heranças histórico-culturais”.








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