120 pessoas em representação de 21 países estiveram presentes no Encontro anual do
Comité Católico Internacional para os Ciganos (CCIT) que decorreu de 17 a 19 do corrente
mês, em Augsburgo, Alemanha. No decorrer dos trabalhos defendeu-se que os ciganos
são uma riqueza para a sociedade e para a Igreja: quanto mais são excluídos, maior
é o sinal de que nos é necessário ir ao seu encontro porque, de outra forma, ninguém
lhes levará o amor do Senhor.
Para os católicos, lembrou-se, o sacramento
do encontro fraterno fomenta a amizade com o Outro e o acolhimento recíproco.
O
Presidente emérito do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes
(CPPMI), Cardeal Stephen Fumio Hamao, presidiu ao Encontro e afirmou que o acolhimento
e a solidariedade relativamente a quem tem uma cultura diferente, são valores precisos
que têm a sua fonte na fidelidade ao ensino de Cristo; Cristo espera ser servido e
amado nos seus irmãos, especialmente nos mais pobres, acrescentou.
Experiências
concretas de vivência das situações desumanas em que actualmente vivem muitos ciganos
na Europa, incluindo ciganos muçulmanos refugiados da ex-Jugoslávia, foram relatadas
por quem partilha a vida desses ciganos. Foram ainda referidos os esforços dos próprios
ciganos em associar-se e em assumir a defesa dos seus direitos, com o apoio das Pastorais
do Ciganos que, assim procuram servir aqueles a quem se dedicam.
Na Alemanha
vivem cerca de meio milhão de ciganos de diversas origens e com uma situação social
igualmente variada, estando os mais recentes sujeitos a serem repatriados. Relativamente
à religião, os ciganos tendem a aderir à religião do país, e por isso, a maioria é
católica. Apenas 22% das Dioceses alemãs têm um responsável diocesano pela Pastoral
dos Ciganos. As peregrinações de ciganos (5 a 6 por ano) desempenham um papel importante
na evangelização dos ciganos na Alemanha.
O Papa acaba de nomear como Responsável
pelo CPPMI o Cardeal Renato Martino, Presidente do Conselho Pontifício para a Justiça
e Paz.