DEFENDER A VIDA E OS DIREITOS HUMANOS SEGUNDO JUSTIÇA E VERDADE: CONVITE DO PAPA AOS
REPRESENTANTES DA SANTA SÉ
Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - A Santa Sé, com seus representantes, desempenha
um papel "fundamental" no seio das organizações internacionais, na promoção da paz
e da justiça, e na tutela da vida e dos direitos do homem, contra toda forma de arbítrio.
Foi
o que afirmou Bento XVI, na audiência concedida esta manhã, aos representantes vaticanos
junto a 16 organismos internacionais, nos quais a Santa Sé é hoje acreditada.
O
encontro com o Papa concluiu uma reunião de dois dias, durante os quais os observadores
vaticanos se confrontaram com os vértices da Secretaria de Estado e de alguns organismos
pontifícios.
Em particular _ informa um comunicado _ foram discutidos temas
tais como a colaboração da Santa Sé com as organizações católicas ou de inspiração
católica, que atuam nas organizações intergovernamentais, e a evolução do conceito
dos direitos humanos.
A voz da Santa Sé nos organismos internacionais se apresenta
como uma voz da "consciência", acima das controvérsias diplomáticas ou das disputas
territoriais porque interessa defender a paz e a vida dos homens da arrogância e dos
abusos.
A voz da Santa Sé ressoa através de seus emissários oficiais nessas
sedes _ da ONU, em Nova York ou Genebra, à Organização Mundial do Comércio ou do Turismo
_ nas quais se orientam os destinos dos Estados.
Trata-se _ observou Bento
XVI no início de seu pronunciamento _ de uma participação "incrementada" que, embora
delicada e cansativa, fornece um "precioso estímulo para que ela possa continuar a
dar voz à consciência daqueles que compõem a comunidade internacional."
Graças
ao trabalho de seus observadores ou representantes permanentes _ ressaltou o Pontífice
_ a Santa Sé contribui para o respeito aos direitos humanos e para o bem comum "e,
portanto _ prosseguiu _ para a autêntica liberdade e justiça".
"Estamos na
presença de um compromisso específico e insubstituível, que pode se tornar ainda mais
eficaz, se se unirem as forças daqueles que colaboram com fiel dedicação, com a missão
da Igreja no mundo" _ acrescentou o Santo Padre.
Bento XVI pediu aos representantes
da Santa Sé, que usassem a "força aparentemente inerme, mas definitivamente prevalente
da verdade" em defesa do homem, mesmo quando _ observou _ "a política dos Estados
ou a maioria da opinião pública se mostrar contrária". "De fato _ ponderou Bento XVI
_ a verdade encontra força em si mesma e não no número dos consensos que recebe."
"As
relações entre os Estados e nos Estados são justas, na medida em que respeitam a verdade.
Quando, ao invés, a verdade é ultrajada, a paz é ameaçada e o direito é comprometido,
então, como conseqüência lógica, desencadeiam-se as injustiças. Elas são as fronteiras
que dividem os países de modo muito mais profundo do que os confins traçados nas cartas
geográficas e, comumente, não são somente fronteiras externas, mas também internas,
nos Estados." (RL)