BENTO XVI NOS CONVIDA A DESEMPENHARMOS COM MODÉSTIA, A TAREFA QUE DEUS NOS CONFIOU
Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - A Igreja celebra hoje, a solenidade de São
José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria e padroeiro da Igreja Católica.
O
Santo Padre presidiu a uma celebração eucarística, esta manhã, na Basílica de São
Pedro, para os trabalhadores. Embora tradicionalmente, o Dia do Trabalho seja festejado
no dia 1º de maio, em concomitância com a solenidade de São José Operário, a Igreja
dedica esta solenidade de hoje aos trabalhadores.
Hoje é, também, onomástico
do Papa: na Europa, é muito comum festejar o onomástico das pessoas, que receberam
o nome do santo do dia.
Em sua homilia, o Santo Padre refletiu sobre a liturgia
do dia e fez algumas considerações, à luz do mistério pascal, sobre um aspecto importante
da existência humana: a realidade do trabalho, hoje ao centro de mudanças rápidas
e complexas.
A seguir, o Pontífice fez uma referência às páginas da Bíblia,
nas quais o trabalho é apresentado como condição original do homem. Por causa do pecado
original, explicou, o trabalho se tornou um peso e uma pena, mas, nos desígnios divinos,
seu valor ficou inalterável. O próprio Filho de Deus, que se tornou homem, como nós,
dedicou-se, por muitos anos, a atividades manuais, tanto é verdade que era considerado
o "filho do carpinteiro".
Ressaltando que a Igreja sempre demonstrou, sobretudo
no último século, atenção e solicitude para com o mundo do trabalho, como atestam
vários documentos eclesiais, o Bispo de Roma afirmou: "O trabalho reveste-se de importância
primordial para a realização do homem e o desenvolvimento da sociedade. Por isso,
é preciso que ele seja sempre organizado e atuado em pleno respeito da dignidade humana
e a serviço do bem comum. Ao mesmo tempo, é indispensável que o homem não se deixe
submeter pelo trabalho, que não o idolatre, pretendendo encontrar nele o último e
definitivo sentido da vida."
"O descanso _ refletiu o Pontífice _ dá a possibilidade
ao homem, de recordar e reviver as obras de Deus, da Criação à Redenção, e de reconhecer-se
como criatura e de dar-lhe graças pela própria vida e pela própria subsistência. As
atividades, no campo do trabalho, devem servir para o bem da humanidade, permitindo
ao homem de cultivar e atuar a sua vocação integral."
O Pontífice concluiu
sua homilia, confiando à paterna proteção de São José, os jovens de hoje que, com
muito custo, conseguem inserir-se no mundo do trabalho; os desempregados e os que
sofrem pela crise no mercado do trabalho.
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Ao término
da santa missa, Bento XVI subiu ao último andar da residência apostólica, onde, da
janela de seus aposentos, rezou, juntamente com os fiéis e peregrinos reunidos na
Praça, a oração mariana do Angelus. Na Itália e em diversos países europeus, celebra-se
hoje o Dia dos Pais, que nós, no Brasil, celebramos no segundo domingo de agosto.
Em
sua alocução o Pontífice aprofundou a figura de São José, esposo de Maria: uma figura
de fundamental importância na história da salvação. O Santo Padre comparou a grandeza
de São José àquela de Maria, embora ele tenha cumprido sua missão, com humildade e
de modo reservado, na casa de Nazaré.
"O exemplo de São José nos convida a
desempenharmos, com simplicidade e modéstia, a tarefa que a Providência nos confiou.
Antes de tudo, os pais e as mães: que eles saibam apreciar sempre, a beleza de uma
vida simples e laboriosa, cultivando com zelo, a relação conjugal e cumprindo, com
entusiasmo, a grande e não fácil missão de educar."
Por fim, o Bispo de Roma
invocou o santo, padroeiro da Igreja, para que sustente também as pessoas consagradas,
na sua alegre e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e
obediência.
O Pontífice concluiu sua alocução, exortando os trabalhadores do
mundo inteiro, a contribuírem, com suas várias profissões, para o progresso de toda
a humanidade, e a ajudarem cada cristão a realizar, com confiança e amor, a vontade
de Deus, cooperando para o cumprimento da sua obra de salvação. (MT)