“Urge uma nova atenção pastoral por parte dos operadores pastorais e maior diálogo
e colaboração entre as Igrejas de origem e de destino” – realçam as conclusões do
Encontro dos Coordenadores das Comunidades Católicas de Língua Portuguesa, realizado
em Paris, de 14 a 16 deste mês, onde estiveram presentes representantes da Alemanha,
Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suíça.
“A tarefa
de animação missionária do coordenador numa pastoral migratória em mutação” foi o
tema que congregou este grupo que funciona como Conselho Pastoral Consultivo para
a Emigração da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).
A reflexão teve
como ponto de partida a Instrução Pastoral “A Caridade de Cristo para com os Migrantes”.
Algumas
recomendações
- Constatando-se que em todas as grandes cidades da Europa
se nota nos últimos anos um aumento constante e considerável de “novos emigrantes”,
originários quer de Portugal, quer de outros países lusófonos, com particular destaque
para Brasil e Angola, urge uma nova atenção pastoral por parte dos operadores pastorais
e maior diálogo e colaboração entre as Igrejas de origem e de destino;
- Sinal
dos novos destinos de portugueses, sobretudo, para o Reino Unido, continuam a chegar
à OCPM pedidos de dioceses para o envio de sacerdotes para regiões onde nunca houve
uma presença estruturada com missionário de língua materna, a que Portugal vai procurar
responder nos próximos meses;
- Contudo, a tendência geral na Europa é que
seja cada vez mais o padre ou a unidade pastoral da Igreja local a acompanhar as comunidades
migrantes no território da paróquia, orientação que exige o cultivo da proximidade
e interesse pessoal através de um conhecimento aprofundado da cultura e religiosidade
próprias dos portugueses;
- Para a grande diversidade de situações que existem
nas Igrejas de cada país, devido à língua, aos percursos culturais dos migrantes,
aos processos de integração e actuais orientações pastorais, há que encontrar respostas
diferenciadas, que exigem o repensamento da nossa presença e acção nas Igrejas de
acolhimento;
- Diante dos processos de reestruturação em curso na maioria das
Igrejas locais, o coordenador nacional surge com toda a sua indispensabilidade como
“homem-ponte” da comunhão entre as várias comunidades migrantes e do diálogo destas
com as Igrejas de acolhimento e de origem;
- Para fazer face às dificuldades
sentidas na escassez de padres e agentes pastorais ao serviço das Comunidades, reafirma-se
a boa prática de respeitar os Serviços Nacionais, que, diante das emergências, têm
vindo a ser desrespeitados e até, em algumas nações, ignorados;
- Como forma
para facilitar a construção da comunhão na diversidade no seio da Igreja confirma-se
a necessidade de que os responsáveis da fé nas comunidades migrantes sejam inseridos
nas estruturas colegiais e operativas das Igrejas locais, a saber: conselhos paroquiais
e diocesanos, equipas diocesanas da pastoral das migrações, etc.;
- A continuidade
da presença das Comunidades católicas portuguesas na Igreja local far-se-á, sobretudo,
através da participação das leigas e leigos, o que lança ma multiplicidade de desafios,
quer aos coordenadores nacionais, quer aos próprios capelães/missionários quanto ao
modo de guiar as Comunidades, investindo de forma especial na formação e integração;
- Ficou acordado manter este tipo de encontros, ficando marcado o próximo
para a cidade de Haia, Holanda, em Março de 2007.