2006-03-15 19:20:03

BISPOS NIGERIANOS EXORTAM PRESIDENTE E GOVERNO A RESPEITAR AS EXPECTATIVAS DOS CIDADÃOS


Abuja, 15 mar (RV) - "A Igreja na Nigéria: mantendo viva a esperança": eis o título escolhido pelos bispos da Nigéria, para uma nota publicada recentemente, na qual denunciam os graves problemas sociopolíticos no país.

Em primeiro plano, aparece a preocupação pela possível modificação da Constituição, com o intuito de permitir que o Presidente Olusegun Obasanjo possa candidatar-se para um terceiro mandato consecutivo.

"Seja qual for o resultado do debate", os bispos desejam "eleições livres e honestas". As eleições legislativas e presidenciais estão programadas para 2007.

"Se o terceiro mandato vier a se tornar legal através de uma revisão constitucional _ observam os bispos _ os que estão no poder deveriam perguntar se é ético mudar as regras, em vantagem própria, na metade do jogo". Que "essa emenda" seja, portanto, "uma decisão honesta dos nigerianos e não o resultado de uma manipulação em favor da permanência no cargo contra a vontade do povo", auguram os prelados.

Os bispos não esquecem as dramáticas urgências da população, que tem "uma necessidade desesperada de energia elétrica, de água potável e de estradas melhores". Os bispos acusam ainda, "a insegurança da vida e da propriedade", que "faz o povo viver no medo e afugenta os visitantes, os investidores e os turistas".

Na nota, os bispos fazem referência ainda, à crise no delta do Níger, atribuindo-a à "injustiça social que perdura numa região que tanto contribui" para a economia da Nação.

Por fim, os bispos recordam o doloroso capítulo sobre os conflitos recentes em várias partes do país, após a publicação, no Ocidente, das caricaturas blasfemas sobre Maomé. Os bispos nigerianos condenam "a destruição de vidas e propriedades em nome da religião", denunciando que "a falência da segurança para proteger vidas e propriedades, é a falência do governo".

Na nota, os bispos convidam os cristãos da Nigéria a dois dias de oração _ 27 e 28 de março _ para recordar as vítimas dos últimos conflitos. (MZ)







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