Em Angola multiplicam-se os casos de cólera: resposta da Caritas portuguesa a um apelo
da Caritas local
Um mês após ter sido detectado o primeiro doente com cólera em Luanda, as autoridades
sanitárias já registaram 231 casos, de que resultaram 11 mortos, segundo o balanço
da epidemia divulgado ontem na capital angolana pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). O documento indica que foram registados 39 casos nas últimas 72 horas, dos
quais 27 no município do Sambizanga, o mais afectado nos últimos dias. Segundo a OMS,
foram ainda registados seis novos casos no Rangel, cinco nas Ingombotas - que inclui
o bairro da Boavista, onde está localizado o foco da epidemia -, e o restante na Maianga.
No total, os municípios das Ingombotas e do Sambizanga registaram 199 dos 231 casos
de cólera até agora detectados.
O balanço refere ainda que não ocorreram novas
vítimas mortais, que já provocou 11 mortos, quase todos nos primeiros dias da epidemia.
O primeiro caso ocorreu a 13 de Fevereiro no bairro da Boavista, Ingombotas, tendo
o Governo angolano e a OMS declarado a epidemia em Luanda a 19 de Fevereiro.
Após
vários dias em que a doença se manteve circunscrita ao bairro da Boavista, junto ao
porto de Luanda, começou a alastrar e, entre os nove municípios que integram a província
de Luanda, apenas a Samba não registou qualquer caso de cólera.
Para tentar
controlar a epidemia, as autoridades estão a distribuir milhares de litros de água
potável nas zonas mais afectadas, tendo lançado intensa campanha de informação e sensibilização,
alertando para a necessidade de tratar a água antes de a consumir e lavar frequentemente
as mãos.
A cólera é uma doença altamente contagiosa que se transmite através
da água, alimentos contaminados ou do contacto directo com as fezes de pessoas doentes. Respondendo
a um apelo da Cáritas de Angola, a Cáritas Portuguesa vai disponibilizar um fundo
de 15.000 Euros destinado à aquisição de material de prevenção e de tratamento das
populações afectadas.