Como em todos os anos, a Congregação para as Igrejas Orientais, da Santa Sé, enviou
uma carta aos Bispos de todo o mundo, convidando as dioceses a ajudar as comunidades
cristãs da Terra Santa, que vivem num clima de conflito quase permanente.
Os
cristãos são convidados a partilhar o fruto das suas renúncias quaresmais no tradicional
peditório em favor dos Lugares Santos. A colecta de Sexta-feira Santa é, aliás, destinada
a estas comunidades desde 1618 por explícita vontade dos Papas.
“A todos os
católicos do mundo, portanto, apresenta-se o dever de acompanhar com a oração e a
solidariedade concreta as comunidades cristãs daquela Terra abençoada”, escreve o
prefeito da Sagrada congregação e patriarca emérito de Antioquia dos Sírios, Cardeal
Ignace Moussa Daoud.
Na missiva é relembrada a preocupação que tanto o Papa
João Paulo II como Bento XVI têm em relação à Terra Santa e às comunidades cristãs
que lá vivem. “São inesquecíveis as numerosas intervenções do Servo de Deus João Paulo
II, referentes à situação do Médio Oriente e, especialmente, à terra Santa, imersa
numa crise que regista cada dia sofrimentos inauditos”, pode ler-se.
O conflito
naquela zona preocupa a Santa Sé: “A Terra do Senhor, com efeito, continua a ser o
cenário de um conflito que se prolonga há decénios e que priva as comunidades e as
instituições católicas dos meios adequados para a manutenção e a promoção das actividades
religiosas, humanitárias e culturais”.
A situação de pobreza e desemprego
origina um “preocupante fenómeno do contínuo êxodo dos cristãos”, sobretudo dos casais
jovens para os quais “não se entrevê um futuro seguro e digno”.
No meio deste
conflito os cristãos têm uma missão “mais do que necessária para o futuro pacífico
daquela área e para o bem de toda a Igreja Universal, que deve achar presentes naqueles
Lugares Santos comunidades vivas que professem a fé evangélica”.
A Colecta
da Sexta-Feira Santa visa promover, nos fiéis cristãos, “o amor pela Terra do Senhor,
a fim de que a Igreja possa lá sobreviver, sentir-se amada e apoiada pela solidariedade
de cada cristão, e continue a dar testemunho de fé n’Aquele que naquela Terra nasceu,
pregou o Evangelho, morreu e ressuscitou”.