2006-03-07 14:53:09

Igreja alerta para os riscos de instabilidade na Republica Democrática do Congo


A Conferência Episcopal da República Democrática do Congo (RDC) lançou um apelo para “negociar bem a viragem” que representam as eleições de 2006. Os prelados católicos esperam que esse momento seja aproveitado para “a instauração de um verdadeiro Estado de Direito”.

Em comunicado os Bispos sublinham a persistência de situações políticas, sociais e de segurança “preocupantes”, pedindo os governantes que apostem na consolidação dos aspectos positivos da transição política iniciada em 2003 na RDC, após anos de guerra civil.

O conflito congolês é considerado como uma espécie de I Guerra Mundial africana, tendo provocado mais de 3 milhões de mortos.

“Após 45 anos de confrontos (...) o povo congolês espera que, com as eleições que se aproximam, se possa chegar, no final de 2006, à instauração de um verdadeiro Estado de Direito”, afirma a Conferência Episcopal local.

Nesse sentido, o comunicado deixa votos de que “todos os partidos políticos sejam integrados efectivamente no processo eleitoral, para que ninguém possa sabotar as eleições nem faltar a este grande encontro da nossa história”.

A Igreja denuncia o “exacerbar” das clivagens étnicas e apela aos partidos políticos para que se abstenham de “qualquer forma de violência”. Aos 25,6 milhões de eleitores é pedido que acorram “em massa” ao acto eleitoral.

Há pouco menos de um mês, Bento XVI manifestou a sua preocupação pelo conflito na RDC, que se arrasta há várias décadas. Recebendo no Vaticano os Bispos católicos desse país africano, o Papa apelou à mobilização de todos os congoleses para “a paz e a reconciliação”.

O discurso papal insistiu, particularmente, no tema da paz, lembrando “os conflitos do passado e os focos de insegurança que perduram”, tendo deixa “profundas feridas na população”.

A República Democrática do Congo (ex-Zaire) é independente desde 1960, tendo atravessado uma séria de golpes de Estado e Guerras civis, que fazem do país o a região africana com mais mortos na sequência de conflitos armados.

A 18 de Dezembro de 2005 foi realizado o referendo sobre a nova Constituição, amplamente aprovada. As próximas eleições estão previstas para Junho de 2006.








All the contents on this site are copyrighted ©.