SOMENTE LIBERTADO DA ESCRAVIDÃO DA MENTIRA E DO PECADO, O HOMEM PODE ENCONTRAR SUA
PLENA REALIZAÇÃO
Cidade do Vaticano, 05 mar (RV) - Neste primeiro domingo da Quaresma, Bento
XVI pediu aos fiéis, recolhimento, oração e penitência.
Ao meio-dia, o Pontífice
assomou à janela de seus aposentos, que se abre para a Praça São Pedro, para rezar,
juntamente com os milhares de fiéis e peregrinos ali reunidos, a oração mariana do
Angelus.
No final desta tarde, o Papa começará, junto com todos os membros
da Cúria romana, uma semana de "exercícios espirituais" dirigidos pelo Cardeal Marco
Ce, Patriarca emérito de Veneza.
"A Quaresma constitui um período favorável
para uma reflexão atenta sobre a vida, graças ao recolhimento, à oração e à penitência"
_ disse o Santo Padre, aos fiéis e peregrinos que o acompanharam na oração do Angelus.
"Os
exercícios espirituais me ajudarão, assim como a meus colaboradores da Cúria, a entrar
com maior consciência nesta atmosfera particular da Quaresma. Peço que nos acompanhem
com suas orações" _ pediu disse Bento XVI.
Durante esta semana de exercícios
espirituais, que se concluirão no sábado, dia 11 de março, o Papa suspenderá suas
audiências.
Apesar de o período da Quaresma se caracterizar geralmente
por uma diminuição das atividades públicas do Papa, Bento XVI convocou para 24 de
março, o primeiro consistório de seu pontificado, durante o qual criará 15 novos cardeais,
cujos nomes já foram anunciados no dia 22 de fevereiro passado.
Na catequese
que precedeu a oração mariana do Angelus, referindo-se ao Livro do Êxodo, que narra
a fuga do Povo Eleito, da escravidão no Egito, Bento XVI fez a seguinte reflexão...
"Durante
aquela longa viagem _ disse o Papa _ os judeus experimentaram toda a força e a insistência
do tentador, que os exortava a perder a confiança no Senhor e a voltar atrás; ao mesmo
tempo, porém, graças à mediação de Moisés, aprenderam a escutar a voz de Deus, que
os chamava a se tornar o Seu Povo santo. Meditando sobre essa página bíblica, compreendemos
que, para realizar plenamente a vida na liberdade, é preciso superar a prova que a
própria liberdade comporta, isto é, a tentação. Somente libertada da escravidão da
mentira e do pecado, a pessoa humana, graças à obediência da fé que se abre à verdade,
encontra o sentido pleno da sua existência e alcança a paz, o amor e a alegria."
Falando
acerca dos 40 dias que Jesus transcorreu no deserto, Bento XVI disse que a imagem
do deserto é uma metáfora muito eloqüente da condição humana.
O Santo Padre
concluiu, fazendo votos de que a Quaresma seja, para todos os cristãos, uma ocasião
de conversão e estímulo rumo à santidade. (AF)