Presidente da CNBB critica o governo de Lula da Silva: não houve avanços na promoção
humana
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), arcebispo de Salvador
e primaz do Brasil, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, reforçou quarta-feira as críticas
de outros líderes da Igreja Católica à política social do governo do presidente Lula
da Silva, considerando que, neste período, “não houve avanços na promoção humana”.
“É preciso dar ao homem condições para ele trabalhar e sustentar a sua família.
As pessoas devem ser úteis, mas está a faltar-lhes o trabalho”, criticou.
O
Cardeal reconheceu que a economia tem obtido resultados satisfatórios, mas lamentou
que o capital e os bancos estejam a ser privilegiados “em detrimento dos pobres”.
“Quem está com fome precisa de ser atendido, mas o principal é que ele seja
promovido", defendeu.
As críticas iniciaram-se ontem durante o lançamento da
Campanha da Fraternidade 2006, quando o secretário-geral da CNBB, D. Odilo Pedro Scherer,
disse que o governo Lula não respondeu às expectativas de inclusão social geradas
na sua eleição.
“A sociedade tinha uma expectativa maior de haver políticas
sociais mais eficazes. Sabemos que os governos têm limites, mas não podemos deixar
de dizer que a sociedade tinha expectativa de políticas sociais mais eficazes de distribuição
de rendimento e combate à desigualdade e à pobreza”, disse D. Odilo.