Na Europa a imigração não será contrapeso suficiente face ao declinio da natalidade.
Na próxima metade de século, os europeus preparam-se para morrer mais tarde, ver nascer
menos bebés e serem cada vez menos numerosos face a outras populações. O decréscimo
populacional no Velho Continente acentua-se e a imigração não será suficiente contrapeso
face ao declínio da natalidade, alerta um relatório do Eurostat divulgado nesta terça
feira.
Ou seja, mesmo prevendo que a Europa acolha até 2050 cerca
de 40 milhões de habitantes, haverá perda populacional. Usando a tendência actual
como uma média de evolução, a Europa dos 25 terá perdido perto de nove milhões, sobretudo
nos novos Estados membros Só uma combinação muito particular de imigração líquida
de 60 milhões com uma taxa de fertilidade, mantendo em crescimento a esperança média
de vida dos europeus, poderá levar ao aumento da população na Europa.
Por
isso, os autores do relatório assinalam que o mais provável é o declínio, ao mesmo
tempo que é certo que a população vai envelhecer. Os cenários traçados pelo Eurostat
não têm em consideração quaisquer medidas que possam influenciar os factores demográficos.Sem
o investimento dos Estados membros em políticas activas de promoção da natalidade,
vai acentuar-se a diminuição de nascimentos na Europa Outro dado preocupante é
o envelhecimento acentuado da população. Até 2050, o número de pessoas com mais de
65 anos vai triplicar na Europa, passando dos actuais 18 para cerca de 50 milhões.
Uma tendência, afirma o documento, que se acentuará a partir de 2025. E uma das consequências
mais gravosas será o impacto nas economias dos países, já que haverá, em média, um
idoso para cada duas pessoas em idade activa.
A imigração poderá ser um "alívio"
para as economias destes países e mesmo para os sistemas de segurança social. Mas
não chega para travar o declínio populacional. Havendo já muitos europeus a chegar
a idades avançadas, é de esperar o aumento do número de mortes, que irá, em breve,
ultrapassar o número de nascimentos.