2006-02-27 13:55:47

“Em todo e qualquer homem, em qualquer estádio ou condição da sua vida, resplende um reflexo da própria realidade de Deus”: Bento XVI, segunda-feira, no encontro da Academia Pontifícia para a Vida.


A “altíssima dignidade” do homem radica-se “na íntima ligação que o une ao seu Criador: no homem, em todo e qualquer homem, em qualquer estádio ou condição da sua vida, resplende um reflexo da própria realidade de Deus”: recordou-o Bento XVI, dirigindo-se, nesta segunda de manhã, aos participantes na assembleia geral da Academia Pontifícia para a Vida, reunidos no Vaticano tendo desta vez como tema “O embrião humano, na fase de pré-implantação”, isto é, nos primeiros dias a seguir à concepção.
“Uma questão extremamente importante hoje-em-dia (sublinhou o Papa), pelas evidentes repercussões sobre a reflexão filosófico/antropológica e ética, mas também pelas perspectivas de aplicação no campo das ciências biomédicas e jurídicas”. Um tema “inegavelmente fascinante, mas difícil e complexo” – advertiu.
Embora, “como bem se pode compreender, nem a Sagrada Escritura nem a Tradição cristã mais antiga tratem explicitamente” deste tema, ainda assim não faltam passagens bíblicas que fornecem “preciosas indicações que motivam sentimentos de admiração e de apreço relativamente ao homem acabado de conceber”. De facto, os Livros sagrados fazem questão de “mostrar o amor de Deus para com todo o ser humano ainda antes de este tomar forma no seio da mãe”. “Antes de formar-te no ventre materno, eu já te conhecia, antes que tu viesses á luz, eu te tinha consagrado”, diz Deus a Jeremias. E o salmista reconhece com gratidão: “Foste tu que criaste as minhas vísceras e me teceste no seio de minha mãe…”
“O amor de Deus não estabelece diferença entre o recém-concebido ainda no ventre de sua mãe, e a criança, o jovem, o homem adulto e o idoso. Não estabelece diferenças porque em cada um deles vê a marca da própria imagem e semelhança. Não estabelece diferenças porque em todos entrevê o reflexo do rosto do seu Filho Unigénito…
“Este amor ilimitado e quase incompreensível de Deus pelo homem revela até que ponto a pessoa humana é digna de ser amada em si mesma, independentemente de toda e qualquer outra consideração – inteligência, beleza, saúde, juventude, integridade e assim por diante… Ao homem é dada uma altíssima dignidade, que tem as suas raízes na íntima ligação que a une ao seu Criador: no homem, em cada homem, em qualquer estádio ou condição da sua vida, resplandece um reflexo da própria realidade de Deus”.









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