PEQUIM ACONSELHA NOVO CARDEAL A EVITAR ASSUNTOS POLÍTICOS
Pequim, 23 fev (RV) - O governo chinês aconselhou nesta quinta-feira, Dom Joseph
Zen Ze-kiun, Bispo de Hong Kong, cujo nome foi indicado pelo Papa, na Audiência Geral
de ontem, como um dos novos cardeais da Igreja, a serem criados no consistório de
24 de março próximo "a evitar discutir e levantar questões políticas".
"Registramos
a nomeação de Zen e reiteramos que as figuras religiosas não devem interferir na política"
_ disse, em Pequim, Liu Jianchao, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores,
da China, numa coletiva de imprensa.
Dom Zen Ze-kiun, considerado por seus
seguidores como "o homem de Deus na China", visitou a China, pela última vez, em 2004
e, ao longo da sua vida como prelado, tem sido muito crítico no que concerne às políticas
do de Pequim.
O Bispo foi nomeado como cardeal num momento em que Pequim e
o Vaticano dão passos de reaproximação. Desde a proclamação da República Popular da
China, em 1949, Pequim e a Santa Sé não mantêm relações diplomáticas.
As autoridades
chinesas só permitem manifestações cristãs no âmbito das Igrejas "oficiais", isto
é, aprovadas e controladas pelo Estado, mas milhões de fiéis são membros das Igrejas
"clandestinas", que celebram missas em casas particulares, recusam-se a aceitar a
liderança religiosa do Estado e, no caso da Igreja Católica, reconhecem unicamente
a autoridade da Santa Sé e do Papa.
A Constituição chinesa permite a existência
de cinco religiões oficiais: Budismo, Taoísmo, Islamismo, Catolicismo e Protestantismo.
(MZ)