2006-02-21 19:36:47

EM 1945, O VATICANO QUERIA UMA ESPANHA SEM O GENERALÍSSIMO FRANCO


Urbino, 21 fev (RV) - Durante os últimos tempos da II Guerra Mundial, a Santa Sé era favorável a uma mudança, rumo à democratização do regime espanhol, e desejava uma "transformação radical" do governo guiado pelo ditador Francisco Franco.

É o que emerge de alguns documentos inéditos do OSS (Office of Strategic Services) _ o serviço secreto norte-americano que precedeu a CIA _ datados do fim de 1944-início de 1945, descobertos pelo Prof. Matteo Luigi Napolitano, professor de História de Relações Internacionais, da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Urbino.

No final de 1944, Franco havia pedido à Santa Sé que instruísse o clero e o episcopado espanhol (com os quais, por vezes, as relações foram muito tensas) no sentido de favorecer o seu regime e, como diz um documento do serviço secreto norte-americano, "contra a democratização e a bolchevização" da Espanha.

Os governos democráticos e, em particular, o inglês, estavam ansiosos por saber qual era a posição de Pio XII a esse respeito. A Santa Sé deu instruções a esse respeito, ao Delegado Apostólico em Londres, Dom William Godfrey, para que explicasse àquele governo, que "a Igreja considerava este caso como algo que dizia respeito somente ao povo espanhol, com quem mantinha uma política à parte (aloofness)".

Nenhum fechamento a um eventual novo regime espanhol, pois "a Igreja teria dito ao clero que se opunha apenas a um regime que contrastasse com a manutenção das atuais relações entre Igreja e Estado na Espanha", como se lê no Despacho nº 441, expedido pela estação do OSS (o então serviço secreto norte-americano) de Caserta à central de Washington, em 28 de dezembro de 1944. (MZ)







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