Doutrina social da Igreja instrumento de abertura e diálogo com os crentes de outros
credos religiosos e com todos os homens de boa vontade
A Doutrina Social da Igreja oferece chaves de abertura e de diálogo com crentes de
outros credos e com todos os homens de boa vontade para a realização do bem comum.
Assim explicou o Presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz”, cardeal
Renato Martino, quinta-feira, durante a concelebração de abertura dos actos que Havana
acolhe por ocasião do XX aniversário do Encontro Nacional Eclesial Cubano.
O
cardeal Martino assinalou que o Compêndio é não só uma síntese completa e orgânica
da Doutrina Social da Igreja para a formação, o discernimento e a acção dos católicos
no seu compromisso de transformação do mundo segundo o Evangelho.
Trata-se
também de um instrumento formidável de abertura e de diálogo com os crentes de outros
credos religiosos e com todos os homens de boa vontade, para a realização do bem comum
em terreno social e político --reconheceu o purpurado--, sobre a base dos valores
fundamentais compartilhados de humanidade, de respeito da dignidade de cada pessoa
e da aspiração ao desenvolvimento, à reconciliação e à paz.
Como salienta
uma nota distribuída aos jornalistas aqui em Roma pelo Conselho Pontificio Justiça
e paz, a Doutrina Social da Igreja toma em consideração o homem em todas as suas
necessidades concretas, materiais e espirituais, e propõe-se indicar o sentido profundo
da nossa vida comum, da nossa luta pela justiça.
Mas em muitos países --denunciou
o purpurado italiano-- ainda não se chegaram a satisfazer as exigências de justiça
relativas aos direitos mais elementares, como o acesso à água potável, uma casa digna
e a assistência à saúde, enquanto que noutros se reivindica a satisfação de direitos
sofisticados chamados de «nova geração».
Neste contexto, afirmou que a solidariedade
precede os direitos individuais e os funda.
E sintetizou em quatro os desafios
presentes --terreno comum de compromisso entre crentes e não crentes a favor do homem
em todas as latitudes.
Em primeiro lugar, enunciou como um desafio crucial
a vida, que há que defender desde a concepção até ao seu termo natural, com particular
atenção à família, chave do futuro da humanidade.
O cardeal Martino abordou
igualmente o desafio da alimentação aludindo à luta contra a desnutrição e a pobreza,
que requer o esforço solidário de todos os países ricos, e o empenho inteligente e
honesto daqueles em vias de desenvolvimento, eliminando corrupção e desgoverno.