O Iraque está a tornar-se num país sem futuro, considera o jornal do Vaticano “L’Osservatore
Romano”. Num artigo em tom crítico, o periódico lamentou os bombardeamentos que continuam
a afectar a vidas de todos os iraquianos, notando que a violência é principalmente
devastadora entre os que são mais vulneráveis.
“L’Osservatore Romano” reagiu
particularmente à morte de três crianças, mortas na explosão de uma bomba aparentemente
colocada para destruir uma patrulha da polícia, no centro de Bagdade a 15 de Fevereiro.
As crianças iam a caminho da escola e o jornal frisou: “Numa coincidência macabra,
faziam o seu caminho para construir um futuro”.
No Iraque, conclui o jornal,
“a lógica brutal da violência” está a destruir a esperança de reconstruir a sociedade
e “o futuro é cruelmente negado”.
A edição desta quinta feira, por outro lado,
fazia alusão aos “horrores da prisão de Abu Ghraib”. Sobre o mesmo tema se pronunciou
o Bispo caldeu de Bagdad, D. Shlemon Warduni, para quem as últimas revelações “cobrem
de vergonha aqueles que fotografaram e os executores das torturas e das humilhações”.
“Trata-se de pessoas sem humanidade, inconscientes. Nem mesmo os animais se
comportam assim", declarou o Bispo.
“O que aconteceu em Abu Ghraib envergonha
todos os homens, sejam eles cristãos, judeus ou muçulmanos. Essas fotos são blasfémias
contra o homem e sua dignidade de filhos de Deus”, concluiu o prelado.