Iniciadas as celebrações do quinto centenário dos Museus do Vaticano
As comemorações do quinto centenário dos Museus Vaticanos tiveram início nesta sexta
feira dia 17, na Capela Sixtina, com a celebração de uma missa de acção de graças
presidida pelo cardeal Edmund C. Szoka.
Os actos prolongam-se até Novembro,
mês em que será inaugurada a exposição “Laocoonte – As origens dos Museus Vaticanos”,
estando também prevista a realização de um congresso internacional sobre a identidade,
essência e papel do museu na sociedade actual.
As iniciativas foram apresentadas
esta semana pelo Cardeal Edmund Casimir Szoka e por Francesco Buranelli, director
daqueles espaços museológicos, visitados todos os anos por cerca de quatro milhões
de pessoas.
“Trata-se de um aniversário não convencional e nem sequer meramente
simbólico, que remonta à ocasional mas feliz descoberta do conjunto marmóreo do Laocoonte,
em 1506. Este centenário quer unir uma história de séculos de cultura e de arte que
os pontífices romanos promoveram com constância e competência, recolhendo as obras
do passado para preservá-las do esquecimento e da destruição, destinando-as às gerações
sucessivas”, disse o Cardeal Edmund Casimir Szoka, presidente do Governo do Estado
da Cidade do Vaticano.
“Numa altura em que se fala dos museus como lugares
de encontro, de contacto e diálogo, de amadurecimento e de reflexão entre religiões,
culturas, experiências e distintas concepções do mundo, os Museus Vaticanos interpretam
hoje, mais do que nunca e de maneira exemplar, este papel “, disse também.
Francesco
Buranelli anunciou que, até meados do corrente ano, vão abrir ao público dois importantes
museus, restaurados, que testemunham o compromisso dos pontífices romanos na evangelização
através da arte.
Um deles é o Museu Cristão, instituído pelo Papa Bento XIV
entre 1756 e 1757 para acolher os objectos que na primeira metade do século XVIII
chegaram ao Vaticano, com a finalidade de “promover o esplendor de Roma e afirmar
a verdade da religião cristã”. Buranelli anunciou também que, a partir de 16 de Março,
podem ser vistas famosas peças arqueológicas procedentes das catacumbas, classificadas
segundo a sua procedência e expostas em vitrinas decoradas com os bustos dos 24 cardeais
bibliotecários.
O outro Museu aberto este ano ao público é o Missionário Etnológico,
fundado em 1926 por Pio XI, que teve a sua sede até 1963 no Palácio Lateranense, até
que João XXIII decidiu trasladá-lo para o Vaticano. No próximo dia 20 de Junho abrem
as secções dedicadas à China, Japão, Coreia, Tibete e Mongólia.
Foi ainda
anunciada a apresentação, no dia 27 de Abril, das pinturas murais da Sala dos Mistérios
do Apartamento Borgia, obra de Pinturicchio e seus ajudantes. Algumas das pinturas,
que retratam episódios da vida de Jesus e de Maria, estiveram escondidas durante mais
de três décadas por espessas tapeçarias.
Mais tarde, será a vez da apresentação
de peças da necrópole romana descoberta na Via Triumphalis há três anos, durante a
construção de um novo parque de estacionamento no Vaticano. Trata-se de trinta edifícios
sepulcrais e setenta sepulturas individuais, que vão desde o século I a.C. até ao
século III d.C.