CARDEAL RENATO MARTINO APRESENTA EM CUBA O COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
CATÓLICA
Havana, 17 fev (RV) - O Cardeal Renato Raffaele Martino, Presidente do Pontifício
Conselho "da Justiça e da Paz", apresentou ontem, quinta-feira, em Havana, Cuba, o
Compêndio da Doutrina Social da Igreja.
A visita do purpurado tem lugar num
momento em que estão em curso, na capital cubana, as celebrações pelo 20º aniversário
do Encontro Nacional Eclesial cubano. Para a ocasião, o Papa enviou uma mensagem reiterando
o convite de João Paulo II, para que "Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba".
O
Compêndio não somente constitui uma completa e orgânica síntese do ensino social da
Igreja, mas é também um instrumento formidável de abertura e de diálogo com os fiéis
de outros credos religiosos e com todos os homens de boa vontade, para a realização
do bem comum, em campo social e político. O texto é baseado nos valores fundamentais
de humanidade, do respeito pela dignidade de toda pessoa, e da comum aspiração ao
desenvolvimento, da reconciliação e da paz.
Foi exatamente o que ressaltou
o Cardeal Martino, na concelebração de abertura do grande Encontro Eclesial cubano,
e, sobretudo, na conferência introdutória e na aula magna que se seguiram, na manhã
e tarde de ontem, para a apresentação do Compêndio.
Na concelebração de abertura
do encontro, o Arcebispo de Havana e Presidente da Conferência Episcopal Cubana, Cardeal
Jaime Lucas Ortega y Alamino, leu a mensagem do Papa.
O Presidente do Pontifício
Conselho "da Justiça e da Paz" evidenciou que a Doutrina Social da Igreja leva em
consideração o homem em todas as suas concretas necessidades, materiais e espirituais,
e se propõe a indicar o sentido profundo da nossa vida comum, da nossa luta pela justiça,
do nosso sofrimento por lacerações e pelas dificuldades do estabelecimento da paz.
Em
muitos países _ disse Dom Martino _ ainda não se chegou a satisfazer as exigências
de justiça relativas aos direitos mais elementares, como a água potável, uma habitação
digna, a previdência e a assistência sanitária de base.
Já em outros países
_ ressaltou o purpurado _ se reivindica a satisfação de direitos sofisticados chamados
de "nova geração", como a discrição ou o livre uso do supérfluo. A solidariedade precede
os direitos individuais e os fundamenta, a própria liberdade não é fim em si mesma,
mas existe em função do compromisso pelos outros. (RL)