2006-02-17 20:11:26

BISPO E INTELECTUAIS PEDEM QUE VATICANO DISCUTA CONTRACEPÇÃO


Paris, 17 fev (RV) - Encorajados pela encíclica de Bento XVI a respeito do amor, um bispo católico e um grupo de intelectuais cristãos da França pediram à Santa Sé que retome o debate sobre a proibição de métodos artificiais de contracepção.
O Bispo de Nevers, leste da França, Dom Francis Deniau, afirmou à revista católica "Le Pélerin", esta semana, que a primeira encíclica de Bento XVI, "Deus caritas est" (Deus é amor), abria as portas para uma eventual mudança.

A primeira encíclica de Bento XVI foi elogiada por referir-se de forma positiva ao amor sexual.

A socióloga Catherine Gremion notou que a encíclica não condena os casais católicos "que não se casam para viver seu amor, respeitando de forma rigorosa os ensinamentos da Igreja". "Esse é um sinal importante" _ afirmou Catherine Gremion, co-autora de um livro de intelectuais cristãos intitulado "The Church and contraception - the urgent need to change" (A Igreja e a contracepção - a necessidade urgente de mudar).

Bento XVI deixou claro, em novembro passado, que não pensava em alterar a posição da Santa Sé a respeito da proibição, e que o planejamento familiar somente seria possível por meio da abstinência sexual durante o período fértil da mulher.

Paulo VI proibiu os métodos anticoncepcionais em 1968, por meio da encíclica "Humanae vitae", argumentando que a relação sexual deveria ser praticada apenas com fins de procriação e que qualquer método artificial para impedir a gravidez seria contrário à natureza desse ato.

Essa encíclica fez com que vários católicos deixassem a Igreja e acabou minando a autoridade do papa. Muitos católicos praticantes simplesmente ignoram a proibição e alguns dizem que ela enfraquece as mensagens da Igreja a respeito de outras questões morais como o aborto e a bioética.

Na primeira encíclica de Bento XVI, divulgada no mês passado, o Papa escreve que a Igreja era acusada, há muito tempo, de ser "contra o corpo". Mas, segundo ele, o catolicismo acredita que o amor erótico e o amor abnegado são aspectos importantes de um mesmo fenômeno. (MZ)







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