ESPECIALISTAS ANALISARÃO SUPOSTOS RESTOS MORTAIS DE SANTA JOANA D'ARC
Paris, 14 fev (RV) - Um grupo de cientistas espera solucionar um dos muitos
enigmas em torno de Santa Joana D’Arc. Pertenceriam mesmo, à heroína francesa do século
XV, uma costela e outros fragmentos recolhidos depois de ela ter sido queimada na
fogueira por heresia? A guerreira que se tornou santa continua onipresente na imaginação
francesa, cerca de 600 anos depois de suas cinzas terem sido, presumivelmente, lançadas
no rio Sena. Mas muitos acreditam que partes de seus restos mortais teriam sido recolhidos
da pira onde Joana D'Arc, então com 19 anos, foi queimada viva.
Um grupo de
18 especialistas planeja agora realizar uma bateria de testes para determinar se os
restos encontrados _ incluindo uma costela e fragmentos de cabelo _ são, efetivamente,
de Santa Joana D'Arc.
Seja qual for o resultado das análises, que serão realizadas
utilizando as mais recentes técnicas de pesquisas genéticas, ele poderia ser um incentivo
a cientistas forenses que atualmente pesquisam restos mortais de outras figuras históricas.
A
pesquisa, que deverá durar seis meses, não poderá dizer, com absoluta precisão, se
os restos pertencem mesmo a Santa Joana D'Arc, já que não se dispõe de uma amostra
de DNA da heroína, para compará-los, segundo o Dr. Philip Charlier, do Hospital Raymond-Poincare,
de Garches, oeste de Paris.
De acordo com ele, todavia, as análises determinarão,
com "absoluta certeza", se os restos não pertencem a ela. As complexidades são muitas.
O Dr. Charlier, um dos participantes do grupo de pesquisa, afirmou que Santa Joana
D'Arc foi queimada três vezes em 30 de maio de 1431, logo após seu julgamento na cidade
de Rouen, Normandia.
Primeiramente, ela morreu asfixiada pela fumaça. Depois,
foi queimada mais uma vez, mas seus órgãos internos não foram totalmente consumidos
pelas chamas. Finalmente, nada foi dito sobre os restos mortais após a terceira cremação,
exceto sobre a existência das cinzas. A costela, medindo 15 centímetros, está coberta
por uma substância enegrecida, e está "muito bem preservada" _ disse o Dr. Charlier.
O
especialista afirmou que em primeiro lugar será aplicado um teste de DNA para determinar
se o osso pertence mesmo a uma mulher. Depois, análises determinarão a idade exata
da costela e, a partir daí, os pesquisadores construirão um "corpo de suposições"
para mostrar o melhor possível se o osso realmente era de Joana D'Arc.
A Igreja
Católica ainda não se manifestou sobre o assunto. (MZ)