A liberdade humana sem Cristo torna-se arbitrio, salientou Bento XVI aos participantes
na assembleia plenaria da congregação para a doutrina da fé, pedindo também diálogo
entre ciência e fé
A liberdade humana sem Cristo torna-se estéril arbítrio. Afirmou o Papa durante a
audiência aos participantes na assembleia plenária da Congregação para a Doutrina
da Fé, da qual foi prefeito durante mais de vinte anos. Nesta audiência o Papa
sublinhou também que o diálogo entre a fé e a razão, religião e ciência, é indispensável
para o homem e que um sério esforço evangelizador não pode ignorar as interrogações
que surgem também das descobertas cientificas de hoje e das instancias filosóficas. Jesus
é a estrela polar da liberdade humana, observou o Papa, e sem Cristo a liberdade perde
a sua orientação, visto que sem o conhecimento da verdade, a liberdade desvirtua-se,
isola-se e reduz-se a arbítrio estéril. Com Ele a liberdade reencontra-se, reconhece-se
feita para o bem e exprime-se com acções e comportamentos de caridade. No seu discurso
o Papa recordou que uma das tarefas da congregação para a doutrina da fé é chamar
a atenção para a centralidade da fé católica na sua autentica expressão. Quando se
enfraquece a percepção desta centralidade - acrescentou - também o tecido da vida
eclesial perde a sua vivacidade original e perde vigor decaindo num activismo estéril
ou reduzindo-se a astúcia politica de sabor mundano.
Para o Papa, quando a
fé é colocada “com simplicidade e decisão” no centro da existência de cada cristão,
“a vida do homem é reavivada por um amor que não conhece limites”. O Papa concluiu
agradecendo o serviço “à plenitude da fé” prestado pelos membros e consultores da
Congregação, nem sempre bem compreendido no resto da Igreja, “um serviço à verdade
e, por isso, à alegria, uma alegria que vem da profundidade do coração”.