Quem exerce o poder não seja altivo, pediu Bento XVI na Audiencia Geral. Um longo
aplauso acolheu as palavras do Papa recordando o Padre André Santoro,sacerdote romano
morto na Turquia. "Que o seu sacrificio contribua para o diálogo e a paz entre os
povos".
A realeza divina não está desligada ou é altiva como ás vezes pode acontecer no exercício
do poder humano. Bento XVI quis recordá-lo nesta quarta feira aos poderosos da Terra
pedindo-lhes que sigam o exemplo do Senhor que manifesta a sua realeza inclinando-se
sobre as suas criaturas mais frágeis e sem defesa. E, sublinhou o Papa durante a audiência
geral, a piedade, a ternura, a fidelidade e a bondade divina estendem-se á humanidade
inteira, envolvendo todas as criaturas. Bento XVI que ao tema do amor dedicou a
sua primeira encíclica publicada no passado dia 25 de Janeiro, chamou mais uma vez
a atenção dos fiéis para o amor que o Senhor reserva de maneira particular ao pobre
e ao débil. Ele - explicou - é antes de mais um pai que sustenta aqueles que vacilam
e faz levantar aqueles que caíram na poeira da humilhação. Mas a salvação é para todos:
nós homens somos uma espécie de mendigos famintos e Ele oferece, como um pai amoroso,
o alimento necessário para viver - prosseguiu o Papa – salientando a centralidade
da Eucaristia na vida cristã. Um dom no qual se manifestam a justiça que quer salvar
e libertar do mal e a fidelidade que é sinal da grandeza amorosa do Senhor. Esta
a saudação em português: Amados brasileiros
de Criciúma e demais peregrinos de língua portuguesa, a todos saúdo cordialmente e
desejo que se multipliquem as boas obras em vossas mãos e as acções de graças nos
vossos lábios, como instrumentos que sois da misericórdia e da ternura de Deus junto
de vossos familiares, vizinhos e amigos. Abençoai-os em nome do Senhor!
No final da audiencia Bento XVI quis recordar o Padre André Santoro, sacerdote Fidei
donum da diocese de Roma, morto na Turquia, domingo passado quando se encontrava na
Igreja recolhido em oração. “Que o Senhor acolha a alma deste silencioso e corajoso
servidor do Evangelho, e faça com que o sacrifício da sua vida contribua para a causa
do diálogo entre as religiões e da paz entre os povos”, pediu.
“Exactamente
ontem á tarde, chegou às minhas mãos uma bela carta sua, escrita no passado 31 de
Janeiro, juntamente com a pequena comunidade cristã da paróquia de Santa Maria de
Trebisonda. É um testemunho comovente de amor e de adesão a Cristo e à sua Igreja”,
revelou o Papa. Mas é sobretudo o empenho da sua alma sacerdotal e do seu empenho
pelos pequenos da terra. A carta, anunciou o Papa será publicada pelo Osservatore
Romano. As palavras de Bento XVI foram acolhidas com uma longa salva de palmas
e muitíssimos dos 8 mil fieis que participavam na audiência geral que decorreu na
Aula Paulo VI levantaram-se: obrigado por este aplauso, comentou o Papa.