PAPA PEDE A COMUNIDADE INTERNACIONAL QUE NÃO ESQUEÇA A ÁFRICA
Cidade do Vaticano, 06 fev (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã,
o Cardeal Jean-Louis Tauran, Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana, acompanhado
do P. Sérgio Pagano, Prefeito do Arquivo Secreto Vaticano. A seguir, foi a vez de
Dom Paulo Romeo, Núncio Apostólico na Itália e na República de San Marino.
No
final da manhã, o Papa recebeu em audiência coletiva, na Sala do Consistório, um grupo
de 19 bispos do II Regional da Conferência Episcopal do Congo, na conclusão de sua
qüinqüenal visita "ad Limina apostolorum".
Em seu discurso aos bispos congoleses,
Bento XVI pediu-lhes que tomem parte ativa no processo de democratização do país,
trabalhando pela consolidação do Estado de direito.
O Papa destacou que
a Conferência Episcopal do Congo não tem poupado esforços para abrir, nos corações
e nas consciências das pessoas, caminhos de reconciliação e comunhão fraterna.
A
propósito, Bento XVI recordou os bons frutos da campanha de sensibilização promovida
em colaboração com outras confissões religiosas, para oferecer a todos os cidadãos
uma educação cívica.
"A Igreja _ afirmou o Pontífice _ é chamada a participar
desta obra e a oferecer uma contribuição específica para o bem comum e para a consolidação
do Estado de direito, manifestando o seu empenho cotidiano pelo bem-estar material
e espiritual de todos os congoleses."
Por isso, acrescentou o Papa, é importante
propor aos responsáveis políticos do Congo, uma formação específica, em particular
aprofundando o rico patrimônio da Doutrina Social da Igreja, através da qual poderão
refletir sobre seu empenho a serviço do bem comum, e trabalhar pela criação de instituições
justas.
O Papa recordou a situação da República Democrática do Congo, onde
os conflitos passados e as fontes de insegurança que perduram até hoje deixaram profundas
feridas na população, além de milhões de mortos, provocando cansaço e desalento.
"Faço
um apelo à comunidade internacional _ disse o Santo Padre _ para que não esqueça a
África. Sozinho, o continente não pode vencer a batalha contra as misérias que o atormentam:
da fome à AIDS. Todavia, a presença da comunidade internacional deve ser marcada por
ações corajosas e determinadas para consolidar a estabilidade política e econômica."
Outra
prioridade pastoral indicada pelo Santo Padre foi a evangelização da família: "Os
movimentos de pessoas refugiadas ou deportadas, a pandemia da AIDS, mas também as
mudanças importantes na sociedade contemporânea destruíram numerosas famílias, enfraquecendo
a instituição familiar, com o risco de atentar contra a coesão da própria sociedade"
_ ressaltou.
Diante dessa situação _ acrescentou o Papa _ "é importante encorajar
os católicos a preservar e a promover os valores fundamentais da família".
Por
fim, no que diz respeito aos jovens, o Pontífice indicou a necessidade de iniciativas
pastorais para que os meninos de rua e as crianças-soldado se recuperem humana e espiritualmente.
(BF)