Jerusalém, 03 fev (RV) - O Hamas tranqüiliza: "Nada de xariá na Palestina:
A fé não se força!" Ao mesmo tempo, o movimento propõe um encontro com os patriarcas
da Terra Santa e se abre a contatos com o Vaticano.
Numa entrevista à agência
missionária de notícias AsiaNews, Anwar Zbouan, eleito em Belém pelo movimento palestino,
fala em nome da liderança e assegura que o objetivo do Hamas é constituir um governo
civil, e não religioso. Ou seja, um governo que faça justiça a todos aqueles que sofreram
abusos ou foram vítimas da corrupção, sejam muçulmanos ou "irmãos cristãos", que o
Hamas considera "cidadãos com todos os direitos e deveres", com sua "liberdade de
pensamento e de religião".
"Os irmãos cristãos são nossos companheiros de sofrimento,
vizinhos e amigos" _ responde Zbouan, em relação às preocupações sobre o futuro governo.
"A ocupação israelense, em sua brutalidade, não fez distinção entre cristãos e muçulmanos.
Entre nós e em meio aos cristãos, há mártires, feridos, e prisioneiros."
O
expoente do Hamas destaca que os membros de seu movimento têm as "mãos limpas", nunca
se envolveram em injustiças ou apropriaram-se de propriedades alheias.
A propósito
das relações com Israel, Zbouan diz que "Israel é um Estado ocupante, que usurpou
nossa terra roubou nossos bens, impôs todo tipo de humilhações e atos desumanos contra
o nosso povo". "Todas as leis internacionais e divinas garantem o direito de resistir
a uma ocupação, e esta resistência acabará quando a ocupação terminar" _ concluiu.
(CM)