JOÃO PAULO II PENSOU EM RENUNCIAR, DIZ CARDEAL EM LIVRO
Cidade do Vaticano, 02 fev (RV) - João Paulo II pensou em renunciar, em virtude
de seu estado de saúde, mas desistiu da idéia para não criar um "precedente perigoso"
para seus sucessores, afirmou nesta quinta-feira, o jornal italiano "La Stampa", que
cita um livro do Cardeal espanhol Julián Herránz, que será publicado em breve.
"O
Papa está, pessoalmente, muito afastado de sua missão, e vive se entregando à vontade
de Deus. Mas teme criar um precedente perigoso para seus sucessores" _ declarou, em
dezembro de 2004, o Arcebispo polonês Dom Stanislaw Dziwisz, secretário particular
de João Paulo II durante 40 anos, citado pelo Cardeal Herránz.
O purpurado
espanhol, membro do Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos,
escreve em seu livro "Nos arredores de Jericó - Recordações dos anos com São Josemaría
e com João Paulo II", que o Papa polonês consultou seu secretário, Dom Dziwisz, sobre
a possibilidade de renunciar.
Dom Dziwisz, citado pelo Cardeal Herránz, explica
que os temores de João Paulo II estavam vinculados ao fato que seus sucessores "poderiam
se ver expostos a manobras e pressões sutis dos que quisessem derrubá-los".
Durante
os últimos anos da vida de João Paulo II, falecido em 2 de abril de 2005, circularam
numerosos rumores no Vaticano e na imprensa internacional, sobre uma possível renúncia
do Papa polonês, em razão da piora de seu estado de saúde. Os rumores foram sempre
desmentidos oficialmente. (MZ)