2006-02-01 14:47:15

Católicos no Iraque alvo da violência fundamentalista


A vaga de atentados que atingiu, no passado Domingo, as comunidades cristãs no Iraque, deixou sobretudo danos materiais. Apesar disso, os ataques contra sete igrejas cristãs e a Nunciatura Apostólica provocaram três mortos e 17 feridos, para além de reacenderem o medo no seio das mesmas comunidades.

A comunidade cristã no Iraque é uma pequena minoria, de cerca de 3% da população do país, pertencendo sobretudo à Igreja caldeia. O Patriarca caldeu de Bagdad, Emmanuel-Karim Delly, referiu à agência CNS que os ataques atingem “não só a Igreja, mas todos os bons iraquianos, que lamentam tudo o que aconteceu”.

Agradecendo, ainda assim os “poucos danos” provocados pelas explosões, o Patriarca Delly espera que estes acontecimentos não se repitam. Os atentados contra lugares de culto cristãos não são novidade e já em 2004 se tinha verificado uma onda de violência semelhante à deste Domingo, com dezenas de mortos e centenas de feridos.

Uma das bombas atingiu a nunciatura apostólica no Iraque, danificando uma parede. O representante do Papa, D. Fernando Filoni, assegura que não tem medo e que, neste momento, “é preciso olhar em frente, rezar e esperar”.

Perseguição escondida

A Agência do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, AsiaNews, denuncia uma “perseguição escondida” aos cristãos no Iraque, que ultrapassa em muito o rebentamento das bombas. Ameaças, raptos e discriminação quotidiana acompanham estes atentados, com o objectivo de alimentar as divisões internas e a instabilidade política.

Para a AsiaNews, alguns movimentos islâmicos querem mesmo “expulsar a comunidade cristã para fora do país”, onde estão presentes desde o início do Cristianismo.

Segundo os testemunhos recolhidos pela agência, nem mesmo depois das eleições do passado mês de Dezembro a situação melhorou, com os cristãos a serem considerados “cidadãos de segunda categoria”.








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