Católicos no Iraque alvo da violência fundamentalista
A vaga de atentados que atingiu, no passado Domingo, as comunidades cristãs no Iraque,
deixou sobretudo danos materiais. Apesar disso, os ataques contra sete igrejas cristãs
e a Nunciatura Apostólica provocaram três mortos e 17 feridos, para além de reacenderem
o medo no seio das mesmas comunidades.
A comunidade cristã no Iraque é uma
pequena minoria, de cerca de 3% da população do país, pertencendo sobretudo à Igreja
caldeia. O Patriarca caldeu de Bagdad, Emmanuel-Karim Delly, referiu à agência CNS
que os ataques atingem “não só a Igreja, mas todos os bons iraquianos, que lamentam
tudo o que aconteceu”.
Agradecendo, ainda assim os “poucos danos” provocados
pelas explosões, o Patriarca Delly espera que estes acontecimentos não se repitam.
Os atentados contra lugares de culto cristãos não são novidade e já em 2004 se tinha
verificado uma onda de violência semelhante à deste Domingo, com dezenas de mortos
e centenas de feridos.
Uma das bombas atingiu a nunciatura apostólica no Iraque,
danificando uma parede. O representante do Papa, D. Fernando Filoni, assegura que
não tem medo e que, neste momento, “é preciso olhar em frente, rezar e esperar”.
Perseguição
escondida
A Agência do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, AsiaNews,
denuncia uma “perseguição escondida” aos cristãos no Iraque, que ultrapassa em muito
o rebentamento das bombas. Ameaças, raptos e discriminação quotidiana acompanham estes
atentados, com o objectivo de alimentar as divisões internas e a instabilidade política.
Para
a AsiaNews, alguns movimentos islâmicos querem mesmo “expulsar a comunidade cristã
para fora do país”, onde estão presentes desde o início do Cristianismo.
Segundo
os testemunhos recolhidos pela agência, nem mesmo depois das eleições do passado mês
de Dezembro a situação melhorou, com os cristãos a serem considerados “cidadãos de
segunda categoria”.