A Igreja comprometida no amor e na justiça . O Papa apresenta a sua primeira enciclica
aos leitores do semanário italiano "Famiglia Cristiana"
Uma semana depois da publicação da sua primeira encíclica, “Deus Caritas est”, Bento
XVI escreve aos leitores do semanário italiano «Famiglia Cristiana» para apresentar
o documento, que é publicado num suplemento especial pela revista dos Paulistas.
O
Papa lembra que “a promessa mais profunda do eros apenas pode amadurecer quando não
procuramos agarrar a felicidade repentina”. “Pelo contrário, encontremos juntos a
paciência de descobrir cada vez mais o outro, na profundidade, na totalidade do corpo
e da alma, de modo que, por fim, a felicidade do outro se torne mais importante do
que a minha”.
No texto que apresenta a encíclica aos leitores, Bento XVI frisa
que “podemos amar Deus, o qual não permanece inatingível, mas entrou e entra na nossa
vida”. Para o Papa, “quando somos amigos de Deus”, podemos amar o próximo, mesmo “
quem nos é estranho ou até antipático”.
Neste comentário papal pode ler-se
que “a amizade com Deus há-de tornar-se para nós, pouco a pouco, importante e incisiva,
começaremos a querer bem aos que Ele quer bem que têm necessidade da minha ajuda”.
“Deus
quer que nos tornemos amigos dos seus amigos e nós podemos fazer isso, se Lhe estamos
próximos, interiormente”, prossegue.
Retomando outra das ideias centrais da
encíclica, Bento XVI lembra que “a Igreja, pela sua natureza, não faz política na
primeira pessoa, mas respeita a autonomia do Estado e o seu ordenamento”. “Sem fazer
política, ela própria, a Igreja participa apaixonadamente na batalha pela justiça”,
indica.
“Aos cristãos comprometidos nas profissões públicas espera, no agir
político, a missão de abrir novos caminhos para a justiça”, precisa o Papa