UNICEF pede apoio para as iniciativas a favor de crianças e mulheres, em paises onde
se verificam crises humanitárias
A Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) precisa de 655,7 milhões
de euros para apoiar crianças e mulheres em 29 países onde se verificam crises humanitárias,
especialmente o Sudão, mas também Angola e Moçambique. “As emergências comprometem
a prestação de serviços básicos e protecção às crianças”, afirmou a directora executiva
da UNICEF, Ann M. Veneman, num apelo aos países doadores para que contribuam para
reunir aquele montante destinado ainda a sete escritórios regionais desta agência.
Do
montante necessário, um terço destina-se ao Sudão, onde a situação na região de Darfur
afectaram a vida de cerca de 3,4 milhões de pessoas e está a ameaçar a sobrevivência
de 1,4 milhões de crianças, das quais cerca de 500 mil com menos de cinco anos. “O
financiamento da UNICEF em situações de emergência atingiu um valor ímpar em 2005,
graças à extraordinária generosidade dos doadores para com as vítimas do tsunami,
do terramoto no Paquistão e várias outras emergências”, revela o relatório Acção Humanitária
da UNICEF 2006, divulgado em Genebra.
Embora as tragédias imediatas tenham
mobilizado a atenção dos média no ano passado, o relatório realça as crises que não
receberam atenção suficiente: em 2005, apenas um quarto dos 25 apelos de emergência
da UNICEF receberam um financiamento acima dos 50 por cento. O relatório apresenta
em detalhe as actividades humanitárias específicas e os requisitos financeiros da
UNICEF para satisfazer as necessidades das crianças e mulheres em cada país e região.
As áreas com maiores carências de financiamento incluem o Sudão, a África Ocidental
e Austral, a Europa Central e de Leste, a Comunidade de Estados Independentes, o Sul
da Ásia, a Ásia de Leste e o Pacífico, o Médio Oriente e o Norte de África. As actividades
de ajuda humanitária e de recuperação incluem o fornecimento de bens de primeira necessidade,
bem como de formação na área da educação, protecção infantil, saúde e nutrição.
Caso
consiga reunir os fundos que precisa, a UNICEF poderá prosseguir os seus esforços
para melhorar o acesso à educação através do fornecimento de Kits-escola, para tratar
as crianças que sofrem de má nutrição grave e moderada, proporcionar o acesso a água
potável e instalações sanitárias, vacinar dezenas de milhões de crianças contra o
sarampo e a malária, e prestar assistência para a desmobilização e reintegração das
crianças-soldado, entre outros programas essenciais.