Construir a unidade dos cristãos partindo do amor, foi o convite de Bento XVI concluindo
na tarde desta quarta feira, em Roma, na Basilica de São Paulo fora de muros a semana
de oração pela unidade dos cristãos
Com as segundas Vésperas da solenidade litúrgica da Conversão de São Paulo, presididas
por Bento XVI na Basílica de São Paulo fora de muros encerrou-se em Roma a semana
de oração pela unidade dos cristãos. Para a unidade dos cristãos o caminho a percorrer
ainda é longo, mas para o completar devemos partir do comum conceito bíblico de Deus
amor, salientou o Papa na sua homilia garantindo dois pontos fundamentais: a Igreja
de Roma deseja manter uma função de serviço de tal unidade de amor entre os cristãos,
manifestando o desejo que o seu serviço petrino possa favorecer a comunhão entre todos
os cristãos. Bento XVI voltou a recordar que na base do compromisso ecuménico
se encontra a conversão do coração, como afirma claramente o Concilio Vaticano II:”Não
há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior; È que os anseios de unidade nascem
e amadurecem a partir da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima
efusão da caridade”. Deus é amor. Sobre esta sólida rocha apoia-se inteiramente a
fé da Igreja. Em particular - salientou Bento XVI – nela se baseia a procura paciente
da plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo: fixando o olhar sobre esta
verdade, culmine da revelação divina, as divisões, embora mantendo a sua dolorosa
gravidade, aparecem superáveis e não nos desencorajamos. O Senhor Jesus que com o
sangue da sua Paixão derrubou o muro de separação da inimizade não deixará de conceder
a todos aqueles que O invocam com fé a força para sarar toda a dilaceração. Mas é
necessário partir sempre daqui: Deus é amor. O Papa acrescentou depois que se já sob
o perfil humano o amor se manifesta como uma força invencível, que deveríamos dizer
nós que conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem? O amor verdadeiro - salientou
depois o Papa na sua homilia – não anula as legitimas diferenças, mas harmoniza-as
numa unidade superior, que não é imposta de fora ,mas que do interior dá forma, por
assim dizer, ao conjunto. É o mistério da comunhão, que como une o homem e a mulher
naquela comunhão de amor e de vida que é o matrimónio, assim forma a Igreja como comunhão
de amor, compondo em unidade uma riqueza multiforme de dons e de tradições. Ao serviço
de tal unidade de amor - recordou depois o Papa – está a Igreja de Roma que, segundo
a expressão de Santo Inácio de Antioquia, preside a caridade. Diante de vós, queridos
irmãos e irmãs, desejo hoje renovar a entrega a Deus do meu peculiar ministério petrino,
invocando sobre ele a luz e a força do Espírito Santo, para que favoreça sempre a
comunhão fraterna entre todos os cristãos. A celebração das segundas vésperas da
Conversão de São Paulo, presididas pelo Papa viu a participação activa também de muitos
expoentes de igrejas e confissões cristãs entre os quais 150 delegados das igrejas,
conferencias episcopais, comunidades e organizações da Europa, 30 bispos do conselho
permanente da conferencia episcopal italiana e alguns sacerdotes, 35 bispos da Republica
Democrática do Congo nestes dias em Roma em visita ad limina apostolorum. Orações
e leituras bíblicas foram confiadas a representantes ortodoxos, anglicanos e evangélicos