2006-01-25 17:06:00

Amor como opção fundamental do cristão, e estilo novo de pontificado: assim classifica a primeira enciclica de Bento XVI o secretário da Conferencia Episcopal Portuguesa


Uma encíclica que é um cartão-convite, um estilo novo de pontificado. É assim que D. Carlos Azevedo, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), classifica o novo documento de Bento XVI, hoje publicado, em declarações à Agência portuguesa ECCLESIA.

O prelado considera que o tom programático que é, normalmente, associado a uma primeira encíclica “Não se perde” com a formulação da “Deus caritas est”. “A linguagem é lúcida, breve, profundamente bíblica e com argumentos da história”, indica.

D. Carlos Azevedo admite que o tom da encíclica possa surpreender, por “não ter uma argumentação puramente filosófica e teológica, mas é também testemunhal, colocando o amor como opção fundamental do cristão”.

Nesse sentido, deve considerar-se como programática a intenção de “suscitar no mundo um dinamismo de empenhamento e de resposta ao amor divino, que é um convite”. “O Papa preocupa-se em eliminar quaisquer obstáculos para aceder ao seu convite: primeiro, no que diz respeito a uma certa perspectiva do amor; em segundo lugar, frisando que a justiça está antes da caridade”, explica.

A construção do mundo que Bento XVI defende na sua encíclica “não se baseia numa ideologia ou numa estratégia, mas numa verdade da condição humana”, esclarece o secretário da CEP.

“No amor humano, mesmo na perspectiva do eros, há uma paixão que não se deve perder, transformando e purificando esse dinamismo, com base na fé, para que razão tenha uma paixão ordenada e possa construir o mundo em que não haja pobreza”, prossegue.

D. Carlos Azevedo sublinha que há, na encíclica, palavras dirigidas à Igreja que importa anotar: “A melhor defesa de Deus e do homem consiste precisamente no amor”.

Recepção

A todos os responsáveis da acção caritativa da Igreja é deixado o desafio de, perante a a dramática e difícil situação contemporânea “não cair numa tentação ideológica, de discursos, nem na inércia”. “É precisa muita humildade, porque os problemas são grandes, mas também muita paixão”, aponta D. Carlos Azevedo.

O Bispo Auxiliar de Lisboa assinala que a encíclica deverá suscitar uma natural curiosidade, “por ser a primeira”, com muita gente a “tentar lê-la”. “A sua compreensão exigirá dos Pastores, concretamente em Portugal, uma introdução e uma pedagogia de leitura”, conclui








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