O conflito de Darfur condiciona os trabalhos da VI cimeira da União Africana
A VI cimeira da União Africana começou ontem com a promessa do presidente sudanês
de procurar uma solução para o conflito de Darfur durante este ano, caso consiga a
presidência rotativa da organização, possibilidade contestada internacionalmente.
E de facto será a Republica do Congo a guiar este ano a União africana. O Sudão assumirá
a presidência em 2007. O Sudão tinha-se candidatado à presidência da UA, mas a
comunidade internacional opõe-se, dado que o governo sudanês está a ser investigado
pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade.
Muitas
organizações internacionais e alguns países africanos consideram que uma eventual
presidência sudanesa poria em causa a credibilidade da organização panafricana, que
tem uma missão de paz em Darfur de mais de 6.000 soldados, e colocaria em perigo os
actuais esforços para uma solução pacífica do conflito. O presidente em exercício
cessante, Olusegun Obasanjo, pediu “categoricamente” às partes em conflito em Darfur
para que concluam um acordo de paz, dado o fracasso, até ao momento, das negociações
que estão a decorrer em Abuja. “A situação no terreno em Darfur continua a ser um
assunto de grande preocupação. Apesar dos esforços da missão da UA no Sudão, a insegurança
continua a prevalecer, enquanto a situação humanitária não parece melhorar”, afirmou
o também chefe de Estado nigeriano.